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#TEDxUnisinos: Carlos Augusto Pessoa de Brum
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O nome dele é Carlos Augusto Pessoa de Brum, mas todo mundo o conhece como Cadu dos livros. Bacharel em Filosofia pela UFRGS, ele encontrou na literatura infantil uma forma de expressar a necessidade que sentia de contar e ouvir histórias. Hoje, já são 50 livros lançados, diversas oficinas de criatividade e mais de dez anos dedicados a escrever e ilustrar. 

Cadu cresceu em uma casa cheia de livros. Nas suas primeiras memórias estão o pai e a mãe contando histórias e uma avó poetisa que o influenciava no meio. Mas a literatura não era a primeira escolha como profissão. Assim como o pai e o avô, Cadu queria ser dentista. Foi só no final do Ensino Médio que ele viu a literatura como forma de trabalho. “Comecei a ter aula de Química e odiava, então percebei que não me daria bem na Odonto. Foi o momento de parar e pensar ‘O que eu gosto mesmo?’ E a resposta sempre esteve ali perto, nos livros”, relembra ele. 

Aos 16 anos, Cadu decidiu colocar o sorriso nas pessoas não mais através da saúde, mas  das letras. Ele uniu textos e, aos 17, lançou o primeiro livro adulto de contos e também a Br1 Editores. Também foi naquela época que ele teve a primeira desilusão da carreira. “Quando tu começas a trabalhar, tu tens uma visão muito utópica, muito longe da realidade. Foi uma decepção muito grande ver o quão pouco as pessoas leem, a leitura é muito utilitarista para nós adultos”, explica.  

Foi assim que Cadu virou um embaixador que dá voz a crianças e jovens. Por meio da ilustração, ele pode encontrar no público mais novo o que sentia falta no mundo do adulto. “Encontrei esse espaço para levar minhas histórias até as crianças. Foi muito gratificante encontrar no jovem essa empolgação pela leitura. Hoje em dia, toda a minha produção é para o pessoal que está em escola. Eu fico o ano inteiro em eventos literários, feiras do livro e trabalhando com divulgação de leitura em locais voltados para educação”, conta. Ele explica que hoje não pensa mais “o que vou ensinar?” antes de escrever cada livro, mas sim “o que vou aprender com eles?” 

O nome “Cadu” veio de uma série de livros infantis. Por ser sempre chamado de Carlos Eduardo ao invés de Carlos Augusto, ele decidiu nomear seu principal personagem brincando com esse engano. O nome pegou e hoje é virou marca do jovem escritor.  

“No começo, o Cadu era o personagem e eu era o Carlos Augusto escritor. Mas as crianças começaram a me chamar de Cadu e eu gostei. Até hoje acho muito legal quando elas vêm com um livro e apontam para ele e me dizem ‘Olha tu aqui, Cadu!'”, conta animado. 

Nessa rotina de escola, ele se tornou um apaixonado pela criatividade, espontaneidade e inspiração que vem das crianças. Usa o adjetivo fantástico para cada ação delas e tomou como missão de vida criar uma ponte para que os jovens sejam mais ouvidos e valorizados. “Quando tu começas a trabalhar com crianças, tu ficas meio bobo na questão da esperança. A gente começa a ter uma esperança ridícula no futuro da humanidade. Não existe criança ruim”, fala apaixonado. 

No TEDxUnisinos, que ocorre no dia 17 de agosto, ele falará sobre essa voz que é esquecida e sobre experiências com o público infantil. “Acho muito importante no nível artístico de educação dar espaço para o jovem ter uma voz. A educação muitas vezes peca, querendo falar muito, explicar muito, dizer muito. Como a gente vai fazer a educação funcionar em uma via de uma mão só? Eu acho que isso é uma coisa que a gente tinha que pensar enquanto sociedade, tratar o jovem como pessoa e ouvir a sua voz”, finaliza. 

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