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Arte como forma de recomeçar a viver
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Deixar o encarceramento e encontrar novamente um lugar na sociedade é uma dificuldade bastante comum para ex-detentos. Na intenção de auxiliar internos de instituições prisionais e suas famílias, a Unisinos desenvolve o Projeto Chance. Pensando nisso, a universidade promove, nesta quinta-feira (14), o evento  “Uma Chance para a Arte: Interfaces com o Aprisionamento“, em parceria com o Projeto Artinclusão do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF). No campus de Porto Alegre, das 8h30 às 11h30, haverá um ciclo de debate sobre arte como ferramenta de inclusão, nas salas 807, 808 e 809.

Para fazer parte das discussões, estarão presentes dois representante dos internos, o juiz Dr. Luciano André Losekann, da Vara de Execução das Penas e Medidas Alternativas e o artista plástico e educador Aloizio Pedersen, idealizador do Projeto Artinclusão. A professora da Unisinos Dra. Cristiane Knijnik será a mediadora do evento, que buscará uma reflexão e discussão sobre o tema aprisionamento e arte. O encontro é aberto ao público e para acadêmicos da universidade. Alunos devem fazer a inscrição através do link  e demais participantes enviar nome completo e RG para o e-mail chance@unisinos.br.

Parte das equipes dos projetos Chance e Artinclusão, no Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso. (Foto: Reprodução/Facebook)

Paralelo ao debate, ocorrerá também a exposição de 25 telas acrílicas pintadas pelos artistas do IPF, no hall de entrada da universidade. As obras ficarão disponíveis até 24 de junho, e ao final poderão ser adquiridas pelo público. As pinturas foram produzidas pelo Projeto Artinclusão, que nasceu em 2013 e foi implementado no Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso, em 2017. A proposta atende mais de 40 pessoas e une arteterapia, profissionalização na técnica acrílica sobre tela, geração de renda, inserção social e cidadania.

Alexandre Ayub Dargel, advogado e coordenador da iniciativa, explica que a ideia de desenvolver o projeto nasceu a partir dos atendimentos da população que não tinha condições de contratar advogado, no Prasjur da Unisinos. “Eu atendia muitas pessoas que eram libertadas da prisão e não conseguiam retomar as suas vidas na sociedade, na família e no mundo do trabalho. Por isso o nome do projeto é Chance, para conseguirmos aproximar os participantes de novas possibilidades”, explica.

(Foto: Reprodução/Facebook)

O Projeto Chance é composto por profissionais do Direito, da Psicologia e de Serviço Social, além de estudantes, que podem participar por meio da realização de estágios curriculares e extracurriculares. Os acadêmicos também têm a oportunidade de desenvolver trabalhos de investigação para tccs e atividades das aulas. “Esse contato propiciado aos alunos é extremamente enriquecedor, uma vez que os aproxima de realidades que, algumas vezes, são diferentes daquelas vividas por eles, e esse é um processo de humanização da compreensão da realidade, que influencia muito as práticas profissionais”, explica Alexandre.

A parceria com o Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso teve início pela articulação da estagiária de Psicologia Mariana Schneider, que organizou uma visita do projeto da Unisinos ao Artinclusão. “Nós participamos da produção de uma obra de arte e discutimos essa realidade com todos os profissionais do IPF, com os participantes e com o coordenador do Artinclusão, o Aloizio Pedersen”, conta Alexandre. Sobre a atividade desta quinta-feira, ele também comenta: “É um evento inédito! Não se tem notícia de algo parecido no país. É a primeira vez que internos do IPF protagonizam um evento acadêmico”.

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