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Virada Sustentável traz “Consumo e Produção Sustentáveis” para debate
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Durante a Virada Sustentável, na sexta-feira (06/04), na Unisinos campus Porto Alegre, a mesa 4 foi composta pela assistente de sustentabilidade do Sicredi, Camila Luconi, e o agrônomo João Volkmann. Ambos palestrantes apresentaram ideias sobre o seminário “A educação e os objetos do desenvolvimento sustentável”. O debate foi mediado pelo professor doutor Diego Marconatto.

Foto: Natan Cauduro

Camila foi a primeira palestrante da mesa, apresentando exemplos relacionados a comida, vestuário e cosméticos. Foi possível criar um novo olhar para os produtos levados até nossas casas. Você já pensou as empresas nas quais você investe seu dinheiro colaboram para um mundo mais sustentável? Camila mostrou como é importante estarmos atentos aos selos de identificação: por exemplo, muitos podem indicar se o produto utiliza ou não agrotóxicos, se a roupa possui um algodão orgânico ou também se nenhuma pessoa ou animal precisaram se sacrificar para vestirmos alguma peça.

Camila trouxe ao público uma maneira de pensar em como podemos tornar uma sociedade mais sustentável através de gestos e investimentos que fazem parte do dia a dia. “O consumo consciente é muito emocional, educativo, e eu acho que passa por a gente saber o que estamos colocando na boca, o que a gente está consumindo, porque, por mais que a gente não queria consumir, é um ato que a gente faz pra viver.”

O húmus da terra e a inundação dos rios

João Volkmann, um dos donos da Volkmann Alimentos, também conhecida por Arroz Volkmann, foi o segundo palestrante a falar. Estudioso da Antroposofia, é um dos gaúchos pioneiros na agricultura biodinâmica.

De acordo com Volkmann, existe uma questão importante a ser observada: a falta de húmus, a decomposição da matéria orgânica, presente no campo. “O colapso da fertilidade do solo começa pela injeção de grande quantidade de nitrogênio. Pra que nós tenhamos o húmus no solo, temos que ter uma proporção entre carbono e nitrogênio”, relatou. A desigualdade entre os dois elementos faz com que o nitrogênio já presente no chão queime o carbono rapidamente, mandando-o para a atmosfera.

Foto: Giulia Godoy

O processo de queima está relacionado ao uso de ureia na agricultura, produto esse que, espalhado pela paisagem, diminui o nível de húmus. A matéria orgânica tem inúmeras funções, entre elas absorver água. Consegue incorporar líquido até dez vezes seu peso. Com a queda do nível de húmus, o solo perde a capacidade de retenção de água. Quando as chuvas vêm, os rios enchem e transbordam, criando um cenário conhecido pelo Estado do Rio Grande do Sul.

Volkmann comentou que existem países já investindo na produção de húmus, como a Índia. Diminuir o uso de agrotóxicos, especialmente a ureia, é uma causa pela qual ele luta: “uma grande campanha de sustentabilidade agrícola, hoje, é parar o uso de ureia imediatamente. É uma campanha mundial”.

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