Os jornalistas Caio Cavechini e Eliane Scardovelli, em uma parceria com o Globo Lab, trouxeram muita informação sobre reportagem. De conceitos básicos a estratégias do próprio programa, ambos relataram experiências profissionais, pessoais e demonstraram que os velhos hábitos da televisão não são a única forma de fazer jornalismo. Abaixo seguem as dicas dos profissionais:
1) Improviso
“É a situação que determina para onde a matéria vai”, aconselhou Caio Cavechinni no início da apresentação. As ações individuais que ocorrem dentro da reportagem são mais importantes do que a fala do repórter. “Muitas vezes, saímos para a rua com uma ideia na cabeça e, ao chegar lá, a situação é outra”, exemplifica ele.
2) Intervenção
“Quando é a hora do repórter entrar em cena?”, questionou Eliane Scardovelli. Compreender a hora de intervir, colocar-se na matéria, é um dos principais pontos para que a reportagem tenha um bom ritmo. O jornalista atento também percebe o momento de se ausentar do texto e da cena. Permitir que a fonte diga o que ela sente e investir na fala humana, pessoal, são boas ideias para ilustrar a reportagem.
3) Mostrar é melhor que contar
“Evite ao máximo entrevistas. Não significa que não pode fazer entrevista, mas o objetivo da equipe do Profissão Repórter é que as pessoas lhes contem menos e lhes mostrem mais”, enfatizou Caio. Estamos falando sobre audiovisual. A ação sempre será melhor que a descrição da mesma.
4) Ansiedade
Tanto o repórter quanto a fonte podem se intimidar durante uma entrevista. Às vezes, a ansiedade faz com que o jornalista perca detalhes visuais que poderiam contribuir para as gravações. Do mesmo modo, deixar a personagem mais à vontade em seu ambiente pode gerar ótimas imagens e falas.
5) Observação
Imagens simbólicas podem enriquecer as reportagens. O recorte escolhido pelo repórter e o jeito de mostrar a informação auxiliam na história e no seu entendimento, por isso é preciso estar atento ao ambiente, não só ao enquadramento da câmera.
6) Personagem
“As pessoas estão acima do tema”, relatou Eliane. A personagem de uma reportagem tem (ou deveria ter) mais relevância do que o próprio tema. Sua função não é apenas humanizar. Ela é a própria história e o tema se personifica na rotina dela. Sempre respeitar a fonte, nunca colocá-la em uma situação acusatória ou de vexame. Saber ouvir o que ela tem a falar.
7) Expectativa
Reportagens surgem de pautas variadas. É dever do repórter estar preparado para todas as possibilidades. As expectativas de conseguir concluir o trabalho nem sempre são realistas. Saber lidar com a perda da pauta é uma eventualidade.
Confira a entrevista exclusiva dos jornalistas para o Mescla: