A definição de um perfil de público nas propagandas é fundamental, e a publicidade trabalha hoje com as mais diversas identidades. Tudo depende dos tipos de produtos e serviços e daquilo que está sendo anunciado – o comercial pode ser direcionado tanto para crianças, como adultos, idosos, ou também para homens, mulheres, etc.
Segundo a coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda da Unisinos Porto Alegre Anaís Schüler Berton, o publicitário precisa identificar a quem o produto comunica e buscar saber se aquela marca tem um público diversificado ou um nicho específico. “Por exemplo, para uma clientela diversa, posso utilizar a ferramenta de personas para entender as particularidades do meu público. Mas, se o público for bem definido, é preciso buscar entender as características desse consumidor para que a linguagem que for trabalhada na comunicação se aproxime dele”, explica a coordenadora.
Ela diz que a definição do público é feita pela própria empresa e que cabe a eles passar essa informação à agência para que seja possível realizar um aprofundamento dos hábitos e traçar esses perfis de consumidores. “O uso de personas auxilia nesse processo, pois ele é uma ótima maneira de delinear perfis, pois é possível estimar idade, classe social, hábitos de consumo, coisas que o consumidor gosta ou não de fazer, ideologias, etc.”, exemplifica.
De acordo a coordenadora, quando a publicidade é bem feita, a mensagem é transmitida de forma natural. “Ela cria uma identificação rápida com o consumidor, sem que propriamente ele perceba que a propaganda é dirigida para ele”, diz Anaís. Mas ela faz um contraponto ao falar sobre as publicidades apelativas. “Nesse caso fica sempre muito evidente para o consumidor os objetivos do anunciante”, afirma.
Para Sérgio Trein, professor e coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Unisinos São Leopoldo, o que a publicidade faz é consolidar marcas e desenvolver relacionamentos. “Nessa ideia de criar relacionamentos, descobre-se quem é o público, se ele já é cliente, se ainda não é, se já está fidelizado, e com isso vai se definindo melhor a estratégia a ser adotada,” exemplifica.
Ele comenta também que ao definir o perfil de público é preciso estar atento ao tempo médio no qual o cliente fica fidelizado a marca. “Para isso, é fundamental que a clientela sempre esteja se renovando. Dessa forma, as marcas estão sempre atrás de novos clientes e buscando um público cada vez mais jovem”, comenta o professor.
Para o coordenador, o grande segredo da publicidade é entender a cabeça do consumidor, quanto mais o publicitário souber quem é seu público, seus gostos, ilusões e fantasias, e principalmente, souber onde estão essas pessoas, quais redes sociais usam, onde elas moram, facilita no processo de comunicação. “Dessa forma, consegue-se, através desses canais, levar uma mensagem mais específica para aquele determinado público, ou aquela determinada pessoa, e isso é que se chama de marketing de relacionamento”, explica.
Sérgio ainda diz que essa definição é fundamental, pois na publicidade o público mais difícil não é o que não gosta da marca, e sim o que é indiferente. “A indiferença é o ponto mais difícil nessa relação, pois o cliente realmente não se importa. A pessoa que não é adepta de uma marca possui uma opinião, pode dar um feedback, e dessa forma é possível trabalhar um produto para ela, em alguns casos conquistando clientes que antes seria impossível”, finaliza.