As atividades e palestras da 63ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre, durante sua estadia na Praça da Alfândega, não pararam durante toda a semana. Entre a programação estava o encontro na manhã desta quinta-feira (16) com o escritor, professor e jornalista, Marcelo Spalding, no Espaço Conhecimento. Literatura Digital foi o tema escolhido e o público era formado por adolescentes, professores e alunos do Ensino Infantil. O poder da comunicação, a falta de interpretação de texto, as diferentes formas de literatura, de apresentar e contar histórias com as tecnologias nos dias atuais foram os assuntos propostos.
Para dar início ao encontro e quebrar o gelo, Spalding começou falando sobre o poder que a internet tem em prejudicar nossos hábitos de escrever e conhecer as palavras. Imagens com exemplos de erros gramaticais grotescos foram mostrados gerando risadas tanto dos estudantes quanto professores. Com os celulares e computadores mais acessíveis, cada vez mais cedo as crianças estão ganhando e usando os softwares para estudarem e produzirem os trabalhos escolares. A praticidade de correção de palavras tem feito que a prática de ler e escrever diminua. Observando os presente na palestra, até os mais novos entre 7 e 10 anos já mexiam e tiravam fotos com os smartphones.
O currículos de Spalding é extenso. Atualmente faz pós-doutorado em Escrita Criativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) dirige a Metamorfose Cursos e é editor da Editora Metamorfose, com mais de 50 livros editados no currículo. Entre suas obras autorais estão “As cinco pontas de uma estrela”, “Vencer em Ilhas Tortas, “Crianças no asfalto”, “A cor do outro”, “Liga da Literatura”. Idealizador do movimento Literatura Digital, publicou dois projetos inéditos online, o “Minicontos Coloridos” e o hiperconto “Um estudo em vermelho”. Recebeu três prêmios AGES Livro do Ano e um Prêmio Açorianos de Literatura.
Os tabletes e celulares também são ferramentas para a leitura de grandes obras, assim como o papel. Uma forma de inovar e ajudar o meio ambiente é o desenvolvimento de livros, revistas, e coletâneas online. “Num futuro não distante os escritores de livros terão que desenvolver conteúdos exclusivos e interativos para o meio digital e as diversas mídias. E é com essas mídias alternativas que os adolescentes serão fisgados pelo mundo da literatura”, finalizou o palestrante.