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Diferença química
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Aos quatro anos de idade, Joana Félix foi abordada por uma professora enquanto folheava um livro. Questionada sobre o que estava fazendo, a menina de Franca, interior de São Paulo, respondeu que estava lendo. A resposta a levou ao ingresso no ensino fundamental com um adiantamento considerável. O resultado, a longo prazo, foi a entrada na universidade aos 14 anos e o doutorado aos 22.

Foto: Kellen Dalbosco

Apesar da infância difícil, foi no jaleco branco do químico do curtume em que seu pai trabalhava, que Joana encontrou a carreira que queria seguir. Sem dinheiro para a comida, viu seu pai dobrar a jornada de trabalho para pagar o pensionato que morava, já na graduação. Após um semestre difícil, a oportunidade de estagiar na iniciação científica, engajou a química a nunca mais parar de pesquisar.

A morte do pai e da irmã, levaram Joana, que fazia seu Phd nos Estados Unisinos, a voltar para sua terra natal. Ajudar as pessoas, construir cérebros e formar cabeças pensantes foram objetivos que a motivaram a ingressar no corpo docente de uma escola técnica da região. Como recebeu estímulos educacionais logo na infância – e dedica sua trajetória de sucesso a isto – implantou na escola um projeto de pesquisa. Foram mais de 60 prêmios ganhos e projetos circulando em 30 países, desde então.

Apostar nos jovens trouxe a Joana aquelas que considera suas maiores premiações. Dois pais entraram pela porta de sua sala e confidenciaram a realidade de seus filhos. Um deles, menino de 16 anos, abandonou o mundo do tráfico pois encontrou nos projetos de química da professora, o sonho de ser pesquisador. Uma menina, seguiu o mesmo caminho, deixando um mundo de prostituição de lado. Hoje, os dois trabalham em conjunto.

No TEDxUnisinos, Joana Félix contou, além de uma história inspiradora de vida, um projeto que vem desenvolvendo com seus alunos. Pensando na enorme fila de pacientes que aguardam por transplantes de órgãos, transformar pele suína em pele humana artificial tem engajado a pesquisadora e sua equipe. O projeto vem sendo premiado nacional e internacionalmente.

Foto: Eduarda Bitencourt

Mas teve algo que não passou despercebido pela platéia. Em todos os momentos, Joana falou em projetos “com seus alunos”, sempre mencionando os estudantes. “Me chamam de ‘celeiro de ideias’, mas na verdade o que eu faço é produzir cérebros, cabeças pensantes”, refletiu Joana. Ao final, foi aplaudida em pé por um auditório de 600 pessoas.

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