A disciplina de Tecnologia Têxtil II, do curso de Moda da Unisinos Porto Alegre, ministrada pela professora Paula Cristina Visona, é repleta de atividades práticas que estimulam o aluno a colocar a mão na massa e exercitar o que foi aprendido em sala de aula. No dia 13 de setembro, a egressa do curso de Moda, Luana Moscardini, participou da aula ensinando os estudantes a técnica de tingimento vegetal, prática aprendida durante a faculdade e desenvolvida em seu TCC.
O trabalho de conclusão de Luana, orientada por Paula, tinha como tema principal o minimalismo e o consumo consciente, como eles poderiam se relacionar. A egressa fez um estudo sobre a sociedade de consumo, da fase consumista até os dias de hoje, na qual mesmo que devagar, as pessoas têm procurado saber sobre a origem das coisas compradas.
Um assunto bastante abordado em seu trabalho foram as diversas formas de exploração que existem no ramo da Moda, tanto ambiental quanto humana. “A ideia foi apresentar algum tipo de solução para isso. Como resultado criei uma marca de slow fashion minimalista, que usa tingimento vegetal”, explicou Luana.
De acordo com Luana, ela escolheu essa técnica por ser uma forma de tingimento não poluente e mais saudável pois não leva nada de componentes químicos. “Além de ser mais sustentável, escolhi o tingimento vegetal por trazer uma identidade para peça, pois nenhuma peça fica igual a outra, o que eu acho incrível”, contou a egressa.
A professora Paula conta que, para realizarem a aula, os estudantes tiveram que utilizar os laboratórios e as panelas do curso de Gastronomia. “Para poder soltar a tinta da casca da cebola e do hibisco (materiais utilizados no processo), temos que ferver os produtos em um recipiente”, contou. De acordo com Paula, após a fervura, os alunos tiveram que colocar o tecido na panela e ferver junto com a tinta, para poder fazer o tingimento propriamente dito. Cada estudante trouxe uma peça para ser utilizada na experiência.
De acordo com Paula, a ideia de levar Luana para a sala de aula é de mostrar a técnica pros outros alunos, no sentido deles poderem utilizar logo o que foi aprendido na faculdade. “Além disso, quis mostrar a eles esse tipo de iniciativa e mostrar que o TCC é um espaço de experimentação”, declarou a professora. “Por outro lado, a ideia de levar Luana era também para valorizar o que ela fez no trabalho de conclusão, que foi muito bom. E para animar os alunos e mostrar que estamos ali mais para ser um mediador e articulador de conhecimentos, e que eles vão poder experimentar as coisas, e tudo bem se não der certo”, completou.
Segundo Luana, essa foi sua primeira experiência de ensinar essa técnica para alguém. “Foi muito legal! Minha preocupação era deixar o assunto interessante, e não deixar que eles sentissem que foi um desperdício. É um tema que eu gosto muito, então poder passar adiante foi bem enriquecedor, despertar a curiosidade deles sobre o assunto foi muito legal e os feedbacks foram bem incríveis”, declarou.