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#jogos digitais #personagens
Dedicação e estudo fazem parte da criação de personagens de jogos digitais
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Ao começar um jogo virtual, nos deparamos com a seguinte questão: escolher um personagem para nos representar durante a partida. É  a partir dessa escolha que damos vida ao jogo.

Mesmo sendo o personagem uma peça chave para o nosso jogo, nunca pensamos em como ele é desenvolvido. André Castro, graduado em Design pelo Unibrasil e especialista em Animação Digital pela PUCPR e pela BCIT conta sobre o desenvolvimento de personagens de jogos digitais e dá dicas ao estudantes que querem trabalhar nesta área.

De acordo com André, a primeira coisa que um estudante deve saber antes de começar a estudar desenvolvimentos de personagens, é que a dedicação deverá ser a mesma que a de um atleta. Segundo ele, essa é uma das áreas onde o estudo é absoluto, e pelo resto da vida. “Se você não está disposto a fazer isso independente da situação que você se encontra, talvez seja melhor procurar algo diferente. Mas se você realmente ama isso, aproveite o trabalho mais sensacional do mundo”, declarou o professor.

A cada modelo de personagem, André busca trazer algo diferente, tendo que se dedicar ainda mais. Segundo ele, geralmente, a maior dificuldade está em aplicar a anatomia de maneira que fique o mais real possível, e fazer com que o personagem se destaque dos outros, em meio a tantos artistas bons que existem nesta área.

De acordo com André, esse é um dos personagens mais reconhecidos e difíceis que ele já fez

André conta que é muito importante sermos criteriosos com o que consumimos, pois acabam utilizando-os em nossos trabalhos, e no dia a dia, tudo o que está armazenado em nossa memória. “Acredito que o processo criativo está sendo alimentado a todo momento. Quando vejo um filme, assisto um seriado, jogo algum game, leio algum livro, o cérebro está absorvendo tudo para ser usado posteriormente em forma criativa”, explicou.

No início, André começou a dar aulas para se sustentar, enquanto se dedicava exclusivamente a buscar mais conhecimento sobre personagens e a melhorar o seu portfólio. Ele conta que conciliar os estudos de mais de 8 a 10 horas por dia com o trabalho, é uma das dificuldades encontradas para quem está ingressando nesse ramo. “Assim que comecei a dar aula percebi que não era só um software que eu ensinava, mas que a maneira como eu ensinava podia mudar a vida delas, e isso me motiva a dar aula até hoje”, declarou.

Os personagens modelados em aula podem ser utilizados em jogos ou animações, desde que seja feito o processo de retopologia, uvs e bakes. “Optei por focar no curso em melhorar realmente a parte artística do aluno”, contou.

Versão de André Castro, do personagem Demogorgon, da série Stranger Things

Segundo André, esta área é uma das que os brasileiros têm grande destaque, e antes de entrar nela, ele não fazia ideia disso. “Se você tem sonho em trabalhar com isso aqui no Brasil, saiba que é possível. E é possível você mudar a vida de todos que te cercam,  basta não desistir perante a nada e então aproveitar as delícias de ser um Character Artist”, declarou.

Para quem está começando na área, André deixa uma frase do filósofo Friedrich  Nietzsche: “Demore o tempo que for para decidir o que você quer da vida, e depois que decidir não recue ante nenhum pretexto, porque o mundo tentará te dissuadir.”

Personagem Rattleshirt, The Lord of Bones, criado por André Castro, inspirado na série Game of Thrones.
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