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Oficina de Escrita Criativa ensina poesias e sensibilidade
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Na última quinta-feira (3) ocorreu na Unisinos Porto Alegre a “Oficina de Escrita Criativa”, ministrada pela professora Patrícia Balestrin e pela psicóloga Renata Lisbôa. No evento, que fez parte da Semana Pedagógica, os professores escreveram poesias inspiradas em vídeos e em frases que estavam espalhadas pelas paredes das salas.

As ministrantes propuseram aos professores que escrevessem uma poesia e compartilhassem a mesma com os colegas. Para isso, os professores deveriam se inspirar em suas experiências e em frases escritas nas paredes e nos vídeos mostrados. “Trouxe os vídeos do poeta Manoel Barros como dispositivo e gatilhos para poder inspirar os professores a entrar em contato com esse aspecto da emoção que faz brotar a escrita criativa”, declarou a psicóloga.

Foto: Francine Marin

Segundo Renata, ela e a Patrícia pensaram em propor para os professores essa atividade para que ela pudesse ter um caráter lúdico e espontâneo, porque é a partir da espontaneidade e da ludicidade que a escrita autoral e criativa pode então aparecer e se manifestar.

Ao começar a ler seu texto, um professor falou que sua poesia era extremamente pessoal e que ele a compartilharia com os colegas justamente para mostrar que não tem problema em ser tão aberto. Ele se inspirou em todas as frases que estavam escritas na sala mas principalmente na frase: “coisas raras que caem do céu”. “Estar aqui, lembrar de ti. Pensar porque que tu não lembras de mim? Não nesse momento, não dessa maneira. Tem um pedaço de vidro (celular) aqui na minha frente que pode tirar essa dúvida em um instante. Melhor não. Mas bem que eu queria. Ascendente em aquário. Porque não?”.

Foto: Francine Marin

De acordo com Renata, uma das tarefas do professor é levar encantamento e contagiar os alunos. “A gente pensa que através dessa possibilidade – de escrever e entrar em contato com a imaginação – possa inspirar o professor na sua prática docente e também a transmitir aos alunos toda essa potência pro semestre que começa. As aulas podem ser inventivas e despertar esse interesse maior no estudante”, explicou.

Foto: Francine Marin

O coordenador do curso Jornalismo de São Leopoldo, Edelberto Behs, também se inspirou na frase “coisas que caem do céu” para fazer o seu poema. “Olha, que pergunta é essa? Posso observar a chuva, o raio, o relâmpago, a neve. A natureza nos responde. Mas como vamos corresponder ao universo no que se espera que seja natural. Por que não cai a grama, a árvore, o boi, a cerca, o elefante, a ponte, a superfície para o céu? Mas isso seria transfigurar o mundo, transver o mundo, mas talvez seja uma boa opção. Nesses tempos de poucos fatos (…)”.

Ao colocar os pés nas salas, todos acabavam sentindo as boas vibrações que a oficina transmitia. “Clarice Lispector falava de epifania em suas obras e foi o que vocês me proporcionaram agora”, declarou Renata emocionada ao ler uma poesia e após escutar as escritas dos professores.

Foto: Francine Marin
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