Ser médica foi o primeiro sonho de Natália Tussi, mas foi na gastronomia que a cozinheira encontrou sua paixão. Aos 19 anos, a moradora de Panambi decidiu ir para a capital gaúcha e tentar o sonhado curso de medicina. Após um ano de estudos para o vestibular e a frustração de não ter conseguido a vaga, foi em uma pesquisa sobre cursos de gastronomia que Natália se encontrou.
Era 2007 e, já no começo do curso na Unisinos, a cozinheira viu que era exatamente o que queria. “ Eu sei que era a pior da turma, não sabia tanto quanto meus colegas”, afirma. Mas não foi o atraso em relação aos colegas que a desanimou, pelo contrário. “Vi necessidade de correr, fiz estágios, cursos e trabalhava até mesmo nas férias”, reconhece.
Vinda de família italiana, Natália teve o primeiro contato com a cozinha industrial na fábrica de massas da mãe: dos 13 aos 17 anos ajudava na empresa. Mas a primeira experiência profissional e que rendeu muito aprendizado foi com o cozinheiro Floriano Spiess, em Canela.
O restaurante Le Monde servia menu degustação com exclusividade de público, apenas 40 lugares por noite. “Era uma cozinha de fusão, vários estilos em um mesmo menu. Aprendi um pouco de cada coisa, foi sensacional a experiência”, conta. Por lá ela ficou três anos e meio, passando de estagiária a subchefe da equipe.
Depois de um tempo, abriram o mesmo restaurante em Porto Alegre, chamado Le Monde Villa Lina. Lá a cozinheira ficou por dois anos como subchefe e ainda foi surpreendida pelo prêmio de duas estrelas na Revista Quatro Rodas. “Foram 5 anos ao todo nesse projeto, muito gratificante”, afirma.
O próximo desafio foi no restaurante Rambla, também em Porto Alegre. A casa de tapas, focada em cozinha espanhola foi um salto no desenvolvimento da cozinheira profissionalmente. “Tive minha primeira equipe lá dentro, eu tinha 25 anos e em 3 meses da casa aberta conseguimos o prêmio de melhor Cozinha de Bar da revista Veja Comer & Beber”, lembra da conquista.
Há dois anos Natália passou a integrar o grupo de educadores da Fundação Pão dos Pobres. A partir do aprendizado na faculdade ela adaptou o conteúdo para um curso técnico com duração de um ano. Lá ela ensina jovens em situação vulnerável a trabalhar a formação profissional e pessoal para serem integrados no mercado de trabalho. “Muitos dos meus alunos fazem parte da minha equipe e de restaurantes de amigos cozinheiros”, conta.
No Grupo Petiskeira, a cozinheira recentemente passou a fazer consultorias e treinamentos nas lojas da rede. “No fim do ano vamos inaugurar uma casa de cervejas e vou chefiar a cozinha do local”, confidencia. Nas consultorias, Natália implanta operações nas cozinhas com treinamentos de equipe, criação de cardápio e estes serviços podem ser contínuos ou pontuais.
Sobre seu tipo de gastronomia favorito, a profissional afirma não saber qual é a que prefere. “A cozinha italiana é mais afetiva por causa da minha família, mas gosto muito da asiática por envolver muitas cores e ser prática”, confessa. Ela ainda conta que quando viaja gosta de conhecer a culinária local. “Quando chego em qualquer lugar gosto de passar um tempo no mercado local, aprendo muito lá dentro”, admite.