#desenvolvimento #gamedesign #jogos #jogosdigitais
Joarez Santini
""Eu faço jogos para ver as pessoas se divertindo”"
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“Tudo começou com um Super Nintendo”. Joarez Santini ainda criança descobriu, através de seu primeiro videogame, que os jogos sempre fariam parte de sua vida. Hoje, aos 22 anos, Joarez fundou e comanda a Riftpoint Entertainment uma empresa de jogos digitais que busca levar diversão às pessoas.

Diferente de outras crianças, Joarez não usava o videogame apenas para jogar, ele era um meio de explorar a criatividade. Logo, ele começou a desenhar os personagens do jogos que gostava, e também a criar labirintos e desafios para que a família jogasse. Naquela época ele ainda não sabia que estava dando seus primeiros passos na sua profissão de game design.

Apesar de companheiros constantes, os jogos ainda não haviam se mostrado para Joarez como uma carreira profissional. Foi só no segundo ano do Ensino Médio que ele vislumbrou essa possibilidade. Durante seis meses ele fez o curso de jogos do Senac, no qual depois descobriu o graduação de Jogos Digitais. 

Joarez criando jogos (Foto: Arquivo Pessoal)

Conforme Joarez, apesar de ser um curso bem geral, ele lhe mostrou que essa era a área certa para seguir. “Quando eu descobri que tinha uma faculdade 

 

de jogo, não pensei duas vezes, me inscrevi. Optei pela Unisinos porque era um das primeiras universidade de jogos do Brasil. Ela já tinha um background e professores com experiência”, fala ele.

Apesar de uma área que está apenas começando aqui no Brasil, Joarez conta que seus pais sempre o apoiaram “Meus pais sempre me estimularam a crescer. Desde cedo, eles perceberam que era isso que eu gostava de fazer. Na época, a gente ainda não sabia como funcionava o mercado, então ainda tinha um pouco dessa dúvida de se ia dar certo. Quando eu entrei na faculdade, eu fui puramente por gostar de videogame, eu não tinha conhecimento nenhum de como era o mercado nacional, mas eu sempre tive apoio.”

A visão sobre a área de jogos mudou muito durante o curso. Acostumado a referências do mercado internacional, Joarez percebeu que a abrangência do profissional no cenário nacional é bem maior.  As dúvidas sobre qual área seguir eram frequentes durante o curso e foi só com a ajuda de um professor que ele soube que seu destino era no game design. “O professor de game design foi o que me inspirou a ir para essa área, o Maurício Gehling. Quando eu entrei no curso, eu não sabia nada, eu não sabia se eu seria game design, artista ou programador, mas com aulas dele eu conheci melhor o game design e acabei optando por essa área”, conta ele.

Uma das coisas que mais marcou Joarez durante a faculdade foi o tempo em que ele trabalhou como estagiário na Atomic Rocket Entertainment, o estúdio de jogos do curso. “Tudo o que aprendi de desenvolvimento na Atomic, eu levei para minha empresa, a Riftpoint. Tanto na questão das técnicas de produção, como também a questão dos clientes de como conversar com os eles e desenvolver o que foi pedido. Foi a minha primeira experiência profissional na área”, recorda-se.

A Riftpoint também surgiu durante a faculdade como um grupo de amigos que gostava de desenvolver jogos no tempo livre. “Começou sem nenhuma intenção, na faculdade, um grupo para desenvolver jogos fora das aulas que virou uma empresa. Eu me uni com dois colegas e a gente fundou a Riftpoint. Na época, eram só projetos secundários, a gente se reunia e decidia fazer um jogo. Aí a gente desenvolvia esse jogo e colocava o nome “Riftpoint”, mas não era nada oficial, não era uma empresa propriamente dita na época. Na medida que a gente viu que podia dar certo, a gente fundou realmente a empresa, registramos CNPJ e agora estamos bem focados.”

A Riftpoint cresceu, hoje conta com uma equipe fixa de cinco funcionários e já conquistou vários prêmios em eventos de criação de jogos. As Global Game Jams são uma das paixões da empresa. Essas competições são maratonas de 48 ou 72 horas de programação de jogos e a equipe busca participar de todas elas.

Joarez conta que esses eventos já trouxeram muitas recompensas, em mais de um festival eles ficaram em primeiro lugar e um dos jogos desenvolvidos, o Think Different alcançou mais de 72 mil jogadas durante o evento, sendo um dos maiores sucessos da empresa. ”Esses eventos são muito bons, por serem curtos. Tem aquela filosofia que eu gosto de seguir que é “falhar rápido”. É importante para aprender falhando rápido, se o  projeto for feito em uma empresa, não vai ficar pronto em só dois dias. Pode levar meses e, até mesmo, anos e se o jogo não der certo tu vai ter perdido todo esse tempo. Com esses eventos se tem pouco tempo para fazer, e se não der certo tu ganhou experiência fazendo ele, melhorou o entrosamento da equipe, sem falar que dá uma quebra no trabalho do dia a dia de trabalhar sempre no mesmo projeto.”

Riftpoint participando dos competições de jogos (Foto: Arquivo Pessoal)

A principal inspiração de Joarez é o japonês Shigeru Miyamoto, o game design que criou jogos como Mario, Donkey Kong e The Legend of Zelda. A nintendo também é a empresa que mais inspira Joarez no seu dia a dia.

Os jogos, que o acompanharam durante toda vida, são muito importantes para Joarez.”A importância dos jogos para mim é ver as pessoas se divertindo e a reagindo a eles, a melhor coisa que tem é ver pessoas jogando seu jogo e rindo. Eu posso dizer que eu faço jogos com essa finalidade, ver as pessoas se divertindo”, orgulha-se ele.

Para o futuro, Joarez diz que seus sonhos são vários. “Meus sonhos profissionais e pessoais se entrelaçam. Antes, meu sonho era trabalhar na nintendo, mas agora é fazer a Riftpoint crescer, ser reconhecida no mercado e lançar algum jogo que seja reconhecido internacionalmente. Outra possibilidade que penso é dar aulas e ministrar cursos sobre game design. Eu tive algumas oportunidades, durante a faculdade, de dar aulas para crianças, ensinar como programar um joguinho básico e gostei bastante disso”, conta ele.

Joarez deixa uma dica para aqueles que estão ingressando na área “A principal dica que eu tenho é desenvolvam jogos. Não espere conseguir um emprego, o que mais importa para o mercado nacional é portfólio. Toda vez que enviar um currículo eles vão olhar teu portfólio então desenvolvam no tempo livre, mesmo que não seja sério, desenvolvam” finaliza ele.

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