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Comunicando as diferenças
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Semana passada a marca de produtos infantis Johnson´s e a agência DM9 se uniram para lançar a nova campanha do dias das mãe, onde o personagem principal é um bebê com Síndrome de Down. Os comentários e a repercussão foram muitos, emocionando e trazendo a tona questões como inclusão e diversidade.Com o slogan “Para nós e para todas as mães, todo bebê é um bebê Johnson´s”, a marca quis demonstrar uma nova visão sobre a maternidade e incentivar os pais a tratar com mais naturalidade o assunto.

 

A quebra de estigmas e a empatia são cada dia mais necessários em na sociedade, e a comunicação é uma das formas de disseminar essas discussões. As agência de publicidade já estão incentivando clientes na criação de peças mais inclusivas, enaltecendo as diversidades e a representatividade. Para o sócio-diretor e publicitário da Agência Escape, de Novo Hamburgo, Saul Scheid, estamos na era da identificação. “Eu acho que cada vez mais as pessoas não estão se identificando com os padrões estéticos perfeitos e as marcas que ainda usam estão afastando seu público. As pessoas querem uma marca real, de verdade”, explicou.

Saulo Barbosa, publicitário e diretor do núcleo de criação da Agência Escala, acredita que a publicidade tem o papel de provocar na sociedade a abertura de discussões sobre problemas sociais e, percebendo isso, os clientes estão mais abertos. “As marcas estão usando as campanhas e os temas atuais para se comunicar e se mostrar presente nesse contexto. A gente incentiva os novos olhares, novas causas, novas formas de explorar um momento”, conta.

Avon é outra marca que também apostou na diversidade e na quebra de paradigmas no desenvolvimento de suas campanhas. Em outubro de 2015, por exemplo, a empresa contratou a cantora e apresentadora transsexual, Candy Mel, da Banda Uó, para protagonizar o “Outubro Rosa”, mês marcado pela conscientização e prevenção do câncer de mama. Confira o vídeo abaixo:

 

A demanda das agências de publicidade em produzir campanhas “menos tradicionais” é mais interna, ou seja, as ideias surgem menos dos clientes do que delas.“Podemos dizer que 99% das intenções vem das agências e quando não são aprovados é pelo cliente, porque o risco assumido é deles, eles se posicionam mais defensivamente. As marcas nascidas recentemente estão mais abertas do que empresas mais antigas,até mesmo porque os diretores, coordenadores são mais velhos com uma mentalidade diferente”, disse Scheid.

Para o publicitário Barbosa, o risco em abraçar uma causa ou tema em uma campanha é controlado e depende da maturidade da marca, porém as repercussões e comentários são necessários. “O que a gente tem como verdade na agência é que se tu produzir uma campanha e ninguém comentar, algo errado tu fez”, conta. Além do mais, o retorno do mercado tem sido positivo, favorecendo a realização de novas campanhas e a abertura das marcas.

Barbosa relata também que o posicionamento da marca influencia também na produção das peças publicitárias. Há empresas com comunicações mais agressivas, que deixam seus ideais explicitamente e não se importam em perder clientes por isso e aquelas mais conservadoras. “Nenhum escolha é certa ou errada. O certo está em fazer algo que tenha sentido para a marca”, explica.

 

O papel da comunicação e da publicidade, mais especificamente, não deve se limitar a apenas vender um produto ou serviço, mas também com seu papel social. “A publicidade tem um papel gigante na sociedade porque podemos contar uma história de diversas formas e diferente do jornalismo ela é parcial”, concluiu Scheid.

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