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#emoção #propaganda
O limite da dor na publicidade
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A publicidade muitas vezes causa desconforto, indigna e gera discussões. Um dos casos que gerou repercussão na mídia foi o outdoor colocado na cidade de Curitiba em 2015. A peça pedia o fim dos privilégios para os deficientes e foi uma campanha produzida pela prefeitura relacionada ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

Foto: Divulgação/Prefeitura de Curitiba

A professora de publicidade Ana Iwancow afirma que o objetivo desta campanha é realmente tocar o público. “Normalmente quem faz este tipo de campanha com apelo emocional são ONGs ou o governo”, explica a profissional.

Na opinião da professora, o limite para se falar de dor é quando se atinge a individualidade dos sujeitos ou quando uma campanha fere a ética. Exemplos como o de Curitiba geram repercussão pela sensação de que mensagem não é ética. “A dor por si só já causa desconforto, quando ela está na publicidade o desconforto é ainda maior”, analisa.

Coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Unisinos, Sérgio Trein acredita que a base da publicidade é a persuasão. “Por isso, é necessário fazer com que a pessoa viva a situação”, explica o profissional. Além disso, o coordenador ressalta que é normal o público ter aversão a coisas que consideram ruins. “A marca precisa aparecer como solução quando uma propaganda tem conteúdo triste ou doloroso, para deixar claro isso aos clientes”, diz Trein.

“A emoção é um apelo a valores do ser humano, aquilo que nos traz uma familiaridade, aproximação, pessoalidade e confiança, fazendo com que o público aceite essa ideia que está sendo promovida”, explica Anaís Schuler Bertoni, professora de publicidade da Unisinos. A profissional traz o exemplo do Zaffari, uma marca conhecida pelo apelo emocional ligado à marca de supermercados. “Eles fazem com que aconteça uma aproximação do público com a mensagem, e por consequência, uma identificação”, conclui.

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