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Luz, câmera, ação: chegou a hora de apresentar sua proposta de filme  
"Uma vez ao ano, alunos do Curso de Realização Audiovisual da Unisinos passam por momentos tensos e emocionantes ao revelarem como irão produzir seus curtas-metragens"
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No terceiro ano do Curso de Realização Audiovisual (CRAV), os alunos são responsáveis por escrever e dirigir um curta-metragem. Também são encarregados de fazerem a produção do curta de um colega, e auxiliarem, através do papel de assistente de direção, em um terceiro curta. Além disso, precisam optar por se especializarem em duas áreas, podendo escolher entre direção de fotografia, direção de arte, direção de som, animação e montagem (edição). 


O diretor e o produtor de cada equipe são os responsáveis por apresentar aos professores as propostas de curtas-metragens (Foto: Gabriel M. Ferri)


Os pitchings 


A prova de fogo, neste ano, ocorreu no sábado, 15 de abril, quando os alunos apresentaram para os professores os 17 curtas-metragens que serão gravados nos próximos meses. É um momento de grande responsabilidade, em que o diretor e o produtor de cada equipe revelam as sinopses e os gêneros dos projetos, exibem as referências visuais em formato de moodboard e indicam os atores e as locações propostas – ou já confirmadas. O pitching, expressão que indica a apresentação verbal da proposta de uma obra audiovisual, é o momento em que os estudantes precisam justificar todas as decisões criativas. Por isso, costuma ser um momento muito pessoal e até emotivo, já que muitos futuros realizadores tiram inspirações de suas próprias vivências. Essa apresentação aos professores segue a mesma lógica usada no mercado audiovisual profissional. 


A novidade neste semestre foi a presença das cineastas Iuli Gerbase e Daniela Israel. As convidadas especiais, em conjunto com os professores Gilson Vargas, Jessica Luz, Vicente Moreno, Maurício de Medeiros, Fatimarlei Lunardelli, James Zortéa, André Sittoni, Daniel Pedroso e Renata Heinz, deram sugestões, apontaram inconsistências, pensaram na viabilidade e avaliaram os projetos como um todo. 


Os professores e convidados fizeram critícas e deram sugestões aos roteiros e escolhas de locações e atores (Foto: Gabriel M. Ferri)


Egressa da turma de 2004 do CRAV, Daniela é CEO e sócia da Bactéria Filmes. Como ex-aluna, já passou pela experiência de apresentar a proposta de um curta. “Avaliando os pitchings, dá pra ver o desenvolvimento que o curso proporciona aos alunos e o profissionalismo deles”, comenta a cineasta. “É emocionante, porque eu me vejo ali nos alunos, apresentando a proposta. Ao mesmo tempo que avaliava, também queria dizer para eles relaxarem, que tudo vai dar certo e esse é só a primeira apresentação de muitas”. 


Daniela Israel participou da banca de avaliação dos projetos (Foto: Gabriel M. Ferri)


As produções 


Os “cravianos” – como os alunos do CRAV se denominam – apresentaram as propostas de 17 curtas-metragens, ou seja, filmes de até 15 minutos. Cada uma dessas produções possui uma abordagem única, assim como estética e temática. Serão produzidas duas comédias, duas dramédias (mistura de drama com comédia), um sci-fi e 11 dramas.


O momento da apresentação, confessam os alunos, é cercado de nervosismo e diferentes emoções. O roteiro, para muitos cravianos, é um trabalho extremamente pessoal. Por mais que envolva a turma toda, o texto abriga as mais diferentes referências de quem o escreve. Alguns estudantes trazem experiências já vividas, enquanto outros colocam no documento os interesses que os introduziram no mundo do audiovisual, aquilo que desejam ver na telona. 


“Quando soube que a gente ia fazer um curta no terceiro ano, tive certeza de que eu faria um terror gótico, que é meu gênero favorito. Por causa dessa influência, me aproximei do cinema”. Foi assim que o diretor de “Hospício Jardim Aurora”, Mel Fernandes, descreveu a origem de seu filme. Para Mel, o roteiro veio de maneira inesperada. Ao analisar a dinâmica entre dois personagens do filme “Drácula”, começou a criar uma história e se apropriou desse material, desvinculando-o do original.   


Mel Fernandes, diretor de “Hospício Jardim Aurora”, tem a proposta de gravar no Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre. Porém, também procura alternativas de locação, caso não obtenha permissão para gravar lá (Foto: Gabriel M. Ferri)


Os estudantes têm agora muito trabalho pela frente. As gravações se iniciarão no meio do mês que vem, sempre aos finais de semana e em duas sessões de 12 horas, com uma hora de intervalo. O término está previsto para setembro. 


Ficou curioso para ver o resultado desse esforço? Todo os anos, em dezembro, o CRAV faz uma exibição dos projetos trabalhados. São exibidos na Cinemateca Capitólio, na Capital, os curtas dos alunos do terceiro ano, os documentários produzidos no segundo ano e os clipes criados no primeiro ano. O evento de 2023 ainda não tem data definida, mas é só ficar ligado no portal e nas redes do Mescla, além do Instagram do CRAV, para ficar sabendo assim que sair a informação. 

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