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Difundida nas redes sociais, adoção de linguagem neutra encontra empecilhos também no jornalismo
"Uso é debatido em publicações nativas digitais da Capital gaúcha, mas ainda gera controvérsias"
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(Arte: Marianne Alves Silva, estagiária de direção de arte da Agexcom)

Amplamente utilizada nas redes sociais e tematizada na indústria criativa, a linguagem neutra segue sendo pauta de discussões no meio acadêmico e nas publicações jornalísticas. As questões levantadas tratam sobre a adoção de termos e adequações nos discursos formais. Para entender melhor esse contexto, o Mescla buscou linguistas, escritores, pesquisadores e ainda jornalistas que estão à frente de publicações mais abertas às questões de diversidade de gênero. Para compreender como a neolinguagem está chegando nas redações nativas digitais da Região Metropolitana de Porto Alegre, o Mescla entrevistou os chefes de reportagem do Nonada e do Matinal Jornalismo, publicações que se caracterizam por adotarem linhas editoriais voltadas à pluralidade e multiplicidade de vozes.  

Entre as pautas do Nonada estão processos artísticos, políticas culturais, culturas populares, direitos humanos e comunidades tradicionais (Imagem: Reprodução / Nonada)


Respeito à diversidade 

Em atividade desde 2010, o Nonada é uma organização de jornalismo cultural independente e premiada. Entre os reconhecimentos já recebidos estão o Prêmio ARI de Jornalismo e o Edital Sesc Cultura Convida – projeto Cartografias da Censura à Arte. A redação é composta por dez pessoas e os seus conteúdos são publicados semanalmente. Segundo o seu Manual de Redação, o objetivo da publicação é “ecoar com viés decolonial as múltiplas vozes que formam a cultura brasileira”. Além disso, o Nonada tem em seu escopo o propósito de aprender e descobrir novas formas de cultura, como a cultura popular, os movimentos LGBTQIAPN+ e feminista e grupos quilombolas e indígenas. Em agosto de 2021, a publicação utilizou o sistema Elu em uma matéria sobre a linguagem neutra como variação natural do português.  

Equipe no lançamento online da revista Nonada, em agosto de 2021 (Imagem: Reprodução / Facebook do Nonada)


Apesar disso, o uso da linguagem neutra não é implementado em todas as matérias jornalísticas. Segundo Rafael Gloria, editor e fundador do Nonada, pensar sobre a diversidade em todos os segmentos é importante, mas também um aprendizado contínuo. Por WhatsApp, ele explica que a publicação ainda passará por um processo de análise sobre a adesão à linguagem. “A gente não descarta usar futuramente em todas as matérias, mas ainda não posso dar certeza disso”, afirma. 



Atualmente, o uso da linguagem neutra na publicação se restringe ao caso de fontes e sujeitos não-binários. Além disso, o Nonada conta com um plano de ação para a diversidade, criado após um treinamento com a agência Énois Conteúdo. “O banco de fontes interseccional foi um desses passos; uma avaliação das pautas também; a inclusão da diversidade como critério em nosso processo seletivo, além de ampliação de laços com coletivos e maior alcance territorial além de Porto Alegre”, conta a diretora de Jornalismo Thaís Seganfredo. A entrevista foi feita por WhatsApp.

 

Outras formas de inclusão na linguagem 

Em seu editorial, o Matinal Jornalismo afirma que busca cultivar a pluralidade, seja divulgando um amplo aspecto de opiniões ou trazendo outros ângulos para a notícia (Imagem: Reprodução / Matinal Jornalismo) 

O Grupo Matinal Jornalismo foi criado em 2019 a partir da junção de três publicações – a newsletter Matinal News, a revista digital Parêntese e o site de Roger Lerina. Atualmente, os veículos do Matinal produzem conteúdos locais sobre identidade, política, cultura e desenvolvimento social e urbano. A publicação ganhou o Prêmio Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS), na categoria Imprensa. Em novembro de 2021, as duas primeiras pessoas não-binárias a terem seus nomes retificados nos documentos no Rio Grande do Sul foram notícia no Matinal. Ao longo da reportagem, é possível perceber a adoção de expressões que ocultam o gênero dos entrevistados, ao invés do uso da linguagem neutra. 

Em entrevista por videochamada, a editora-chefe do Grupo Matinal, Marcela Donini, explica que a orientação é utilizar um vocabulário que fuja do binarismo masculino e feminino e contemple mais pessoas, assim como ensinam os manuais de linguagem neutra para jornalistas. Um exemplo é o Guia Todxs Nós de Linguagem Inclusiva, que traz reflexões para jornalistas e pessoas influenciadoras. Ele foi desenvolvido pela Diversity BBox Consultoria para o canal de televisão por assinatura HBO. Segundo Donini, o papel do jornalismo é trazer o debate sobre as novas linguagens. “Eu acho que isso que vocês estão fazendo [reportagem sobre a linguagem neutra], por exemplo, pode contribuir mais do que de um dia pro outro eu começar a escrever ‘menine’ no jornal. Eu não tô invalidando essa alternativa. É uma escolha nossa, porque eu acho que adotar essa postura exige muito tempo de discussão e debate, e a gente não se dedicou a isso”, afirma.  

Parte da equipe do Matinal no recebimento do Prêmio CAU/RS. Da esquerda para a direita, o CEO Filipe Speck; a chefe de redação Marcela Donini; e Tiago Medina, editor-executivo (Foto: Divulgação / CAU-RS)

Apesar do veículo valorizar o debate sobre a linguagem neutra, Donini explica que existem outras questões sobre a comunidade LGBTQIAPN+ que precisam ser pautadas. Além da diversidade de fontes, o veículo também busca por imagens que fujam ao padrão heteronormativo comumente presente nos bancos de fotos. Em seus processos seletivos, o Matinal busca também ofertar vagas que ampliem as visões editoriais da redação. 

O jornalismo ainda tem gênero 

Uma pesquisa acadêmica realizada em 2009 dentro da redação de telejornalismo da RBS TV evidenciou as relações de poder no jornalismo. Marcia Veiga, autora da dissertação de mestrado “Masculino, o gênero do jornalismo: um estudo sobre os modos de produção das notícias”, mostrou como as rotinas produtivas das notícias e as relações entre os profissionais da área estão constituídas de gênero, raça e classe. A pesquisa virou livro em 2014 e recebeu o Prêmio Adelmo Genro Filho 2011 da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJOR). 


Ao analisar o contexto atual da produção jornalística, Veiga disse, em entrevista por videochamada, enxergar avanços desde que sua pesquisa foi realizada. Um exemplo disso foi a quarta onda feminista, que facilitou a circulação de informações pela internet. A doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) explica que, desde então, as noções de gênero, sexualidade e raça começaram a ser discutidas também na formação dos jornalistas. “Acho que já teve um grande avanço e isso é muito legal, porque a cultura caminha e os meios de comunicação são parte dessa cultura – tanto para reproduzir os sistemas de valores sociais que são produtores de desigualdades, quanto são potenciais para atualização e revisão dessa cultura excludente”, enfatiza. 


Sobre as mudanças na linguagem, a pesquisadora explica que a língua faz parte da cultura e a cultura, por sua vez, tem um padrão binário construído e compartilhado socialmente. “Nesse padrão, não só os homens são mais valorizados, mas os homens brancos, heterossexuais, de classes médias a altas, que têm uma série de atributos que vão tornando esses homens mais valorizados”. Segundo ela, entre as características de força e sensibilidade, por exemplo, a sociedade irá prestigiar mais a força. “A gente tem uma cultura que vai priorizar o individualismo, a competitividade, a dominação. Então, todos esses atributos que são convencionados socialmente como masculinos, a gente observa também pela linguagem”. 

Segundo Marcia Veiga, vivemos em uma cultura que prioriza o individualismo, a competitividade, a dominação, atributos que são convencionados socialmente como masculinos, e isso é observado também pela linguagem (Foto: Processocom / Unisinos)


Atributos “masculinizados” como individualismo, coragem e autoritarismo são enaltecidos na sociedade. Nesse sentido, as dificuldades na adoção da linguagem não-binária poderiam estar ligadas às construções discursivas que consideram o que é masculino melhor. Veiga traz o exemplo das hard news (notícias fortes), que eram – e ainda hoje são – as mais destacadas nos jornais de grande circulação. As editorias de economia, política e polícia recebiam e recebem o maior espaço nas publicações. Em sua pesquisa, ela pôde perceber que “sempre se buscava um homem [para apurar e escrever essas notícias], mas não quaisquer homens. Tinha que ser um homem que fosse corajoso, que enfrentasse riscos, que batesse na mesa, que fosse mais autoritário”, conta. 


As relações de poder também estão conectadas com as formas de produção de conhecimento. No mundo ocidental, os conhecimentos são produzidos dentro de um paradigma cientificista binário, que entende que as coisas são uma coisa ou outra, sem espaços para o diferente. A autora da dissertação explica que, por isso, talvez seja difícil para as gerações mais velhas compreenderem o gênero além do binarismo e das condições biológicas dos sujeitos. “Esse espaço é formado por anos e anos de concepções discursivas que foram colocando não apenas os homens, mas tudo aquilo que a gente menciona como masculino, como aquilo que é melhor e mais valorizado, que tem condições de poder e prestígio. E tudo o que foge a isso seria algo de menor valor”. 


Para a estudiosa, os jornais independentes podem ser um bom ambiente para a discussão da linguagem neutra. “Eu acho que eles são potencialmente mais abertos e mais passíveis de abordarem essa discussão e de fazerem isso do que os meios hegemônicos. Até por uma certa independência e pelo próprio fato de que esse público já está mais afeito a algo mais progressista do que os meios hegemônicos”. Ainda assim, a reprodução de valores sociais pode acontecer.  


Veiga considera o uso da linguagem inclusiva no jornalismo importante porque tem a possibilidade de ensinar pessoas e transformar a cultura. Ela percebe na geração dos novos estudantes um olhar mais crítico para essas questões, que posteriormente serão levadas para dentro das redações de grandes jornais. 

Novas formações 

A linguagem inclusiva já vem sendo pautada na formação dos e das novas profissionais na área das letras. Nas salas de aula da graduação e da pós-graduação da UFRGS, as disciplinas de língua e literatura já abordam o tema. “O debate já está presente na sociedade, é uma demanda que vem sendo feita à Universidade. E a Universidade tem procurado responder a essa demanda, que também é dela, como objeto de investigação”, contou, por e-mail, a docente do Programa de Pós-graduação de Letras da UFRGS Solange Mittmann. 

A adoção da linguagem neutra significa, para Solange Mittmann, a promoção da inclusão e abertura do debate sobre questões de gênero, como discursos de preconceitos e outras violências (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)

Pesquisas sobre o tema vem sendo realizadas. Já em 2016, a doutora em Letras orientou a dissertação de mestrado “Essa língua não me representa: discursos sobre língua e gênero”, de Laís Virgínia Alves Medeiros. A pesquisa analisa documentos produzidos pelos Governos do Rio Grande do Sul e Federal, e também debates nas redes sociais digitais a respeito de língua e gênero.
 

Mittmann considera importante o uso da linguagem não-sexista, termo preferido pela pesquisadora, pois “linguagem neutra” pode ser entendida como um não posicionamento. 


Apesar das discussões, a adaptação da linguagem ainda está em processo de amadurecimento. “Essa mudança não se dá de forma imediata, nem aleatória, nem por desejo individual, nem por decreto. Afinal, toda sociedade tem suas formas de controle sobre os discursos e sobre a linguagem. As gramáticas normativas, descritivas ou de uso são formas de controle. E toda sociedade tem embates entre forças progressistas e forças de contenção. Além disso, a própria estrutura da língua tem suas possibilidades, suas restrições e até suas adaptações aos novos acontecimentos”, explica a professora. 


Mittmann considera importante o uso da linguagem não-sexista, termo preferido pela pesquisadora, pois “linguagem neutra” pode ser entendida como um não posicionamento. A adoção da linguagem significa, para ela, promoção da inclusão e abertura do debate sobre questões de gênero, como discursos de preconceitos e outras violências. “O uso dessa linguagem deve ser acompanhado de reivindicações de políticas públicas de promoção da cidadania e da igualdade. Trata-se de um conjunto: no entorno do uso e do debate sobre a linguagem está a cidadania, a cultura e a política (no sentido amplo)”, explica. Para isso, segundo a pesquisadora, devem participar da discussão as representações de classe, com respaldo dos órgãos governamentais. 

“Se eu não me enxergo na língua, eu não existo”

Mariléia Sell


Pesquisadora de temas como gênero, linguagem e sexualidade, Mariléia Sell é doutora em Linguística Aplicada e investiga as negociações das identidades de gêneros nas interações cotidianas e institucionais. Em uma de suas palestras pelo Estado do Rio Grande do Sul, no TEDxUnisinos 2019, Mariléia falou sobre os feminismos presentes nas narrativas do dia a dia.  

Em entrevista realizada por WhatsApp, Sell disse considerar as mudanças na língua como um processo natural que acontece de acordo com os desejos dos e das falantes. “Obviamente que vai causar alguns estranhamentos, porque as mudanças causam estranhamentos mesmo, mas eu prefiro o incômodo de mexer na língua do que lidar com o incômodo de vivermos em uma sociedade excludente e violenta”, enfatiza. 

Afinal, as mudanças linguísticas não são produtos apenas da midiatização. O processo é natural e acontece histórica e geograficamente. Língua e cultura se transformam, incorporando novas expressões, sejam elas regionais ou estrangeiras, como no caso dos termos em inglês “design”, “fitness”, “spray” e tantos outros que já foram adotados pela língua portuguesa. 

Além disso, Sell, que é jornalista, escritora e professora do Ensino Superior e Básico, acredita que a linguagem tem o dever de reconhecer todas e todos os sujeitos. “[Michel] Foucault vai falar muito disso em “A ordem do discurso” (obra lançada em 1971). Ora, se a linguagem nomeia as coisas todas que existem, todas tem que ser nomeadas. Quem não é nomeado, não existe. Se eu não me enxergo na língua, eu não existo”, explica. 

Mariléia Sell diz preferir o incômodo de mexer na língua do que lidar com o incômodo de vivermos em uma sociedade excludente e violenta (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)


Na Educação Infantil, novas frentes relacionadas ao tema vêm sendo abertas. Dentro das salas de aula do Ensino Básico, a própria professora Mariléia faz questão de problematizar o uso do masculino genérico nas frases e conduz os e as estudantes a refletirem sobre o tema. 

“Como uma mulher trans, eu entendo o que é mudar a forma de falar de si mesma e entendo como isso é importante. […] De certa forma, eu sei o que é não ser chamada de uma coisa que não representa o que eu sinto” 

Freda Corteze


Já na literatura, é possível conhecer algumas iniciativas que visibilizam o uso da linguagem. É o caso da coleção de livros infantis “Príncipxs”, da artista Freda Corteze. Centrada na temática LGBTQIAPN+, as obras desmistificam os finais felizes em contos de fadas. A linguagem está presente no nome da coletânea e na introdução dos livros.  

A letra “x”, usada para substituir a letra que dá gênero à palavra, também significa o símbolo de errado e de um alvo. Para Corteze, a literatura também pode ser usada para tensionar paradigmas sociais, pois a arte tem a liberdade poética para transformar a sociedade. A autora optou por não utilizar a linguagem neutra dentro dos livros por dois motivos: os personagens não têm nome e, por sua vez, gênero; e porque se tratam de livros para um público que ainda está em processo de alfabetização. 

A autora, mestranda na linha de pesquisa Educação, Sexualidade e Relações de Gênero da UFRGS, vê que a importância da linguagem neutra está no reconhecimento e na nomeação de identidades que foram historicamente silenciadas e apagadas. “Como uma mulher trans, eu entendo o que é mudar a forma de falar de si mesma e entendo como isso é importante. E fico muito ligada quando encontro pessoas que são não-binárias. De certa forma, eu sei o que é ser chamado de uma coisa que não representa o que eu sinto”, diz Corteze. No Brasil, país em que a expectativa de vida de uma pessoa transgênero é de 35 anos, negar a sua existência pelo discurso é também uma forma de violência.
 

Dois livros da coleção “Príncipxs“, da artista Freda Cortezze, já foram lançados (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)

“Se eu pudesse escolher, usaria apenas o pronome neutro” 

Cris


A discussão sobre a linguagem neutra ainda será longa. Para que ela se desenvolva, é preciso que comunidade, representantes políticos e governos debatam sobre a inclusão de sujeitos e repensem sobre a subordinação do gênero feminino ao masculino na língua. Toda vez que alguém pensa que o tema pode não ser importante, significa que outras pessoas não conseguem ter uma existência completa, como é o caso de Cris*. Estudante não-binárie** do curso de Jornalismo da Unisinos, elu vê os pronomes neutros como sinônimos de liberdade e representatividade, mas ainda não se sente confortável para adotar a linguagem com familiares e no trabalho.  

Sem se enxergar nem como homem nem como mulher, Cris ainda aceita o tratamento feminino por uma questão de sobrevivência. “Se eu pudesse escolher, usaria apenas o pronome neutro”, desabafa. Como estudante, enxerga no jornalismo uma possibilidade de mudança. “Profissionalmente, usar a linguagem para mim é uma necessidade que tem que ser cumprida não só pela questão de representar pessoas, mas como um papel social mesmo. A gente tem que ter a capacidade e a flexibilidade para se comunicar de uma forma mais ampla, que possa atingir a todas as pessoas”, afirma. 


Para quem está entrando no debate agora… 

Também conhecida como não-binária, a linguagem neutra é bastante utilizada e difundida nas redes sociais, sendo defendida por ativistas de movimentos feministas e LGBTQIAPN+. De maneira geral, propõe a substituição de letras que caracterizem gênero em substantivos, adjetivos e artigos pelas letras x, e, u ou @. Entretanto, as propostas com o uso do “X” e do @ são consideradas inadequadas porque dificultam a leitura e a fala. A sugestão é não deixar o sujeito da frase evidente ou substituir a vogal e o artigo por “E”, “I” ou “U”.  

A discussão sobre a nova linguagem gira em torno da necessidade de desconstruir a subordinação do gênero feminino ao masculino e incluir pessoas não-binárias nos discursos. Nas Assembleias Legislativas de todo o Brasil, já existem 34 projetos de lei em tramitação para impedir o uso da linguagem neutra no território nacional. Entre os contrários ao uso da linguagem não-binária está o presidente da República, Jair Bolsonaro. Em uma não surpreendente fala problemática, afirmou, em dezembro passado, que a “linguagem dos gays estraga a garotada”. 

Exemplos de linguagem neutra 

Abaixo, alguns exemplos de como utilizá-la. 


Para saber aprender a usar o novo sistema de linguagem, acesse o guia desenvolvido por Ophelia Cassiano, ativista não-binárie e escritore. 

(*) A pedido da fonte, seu nome foi ocultado na reportagem para preservar sua identidade. 
(**) Os termos em linguagem neutra utilizados aqui respeitam a forma com que as fontes se referem a elas próprias.  Apesar de ainda não ser adotada pelo Mescla, utilizamos um princípio básico do jornalismo e da convivência em sociedade: respeito a todas as pessoas. 

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