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Jornalistas gaúchos recebem Menção Honrosa em prêmio nacional
"A cerimônia será nesta quarta-feira no 17º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo em Goiás"
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O prêmio foi batizado com o nome de um dos maiores teóricos brasileiros do jornalismo: Adelmo Genro Filho, e é um reconhecimento ao trabalho acadêmico realizado nas universidades e institutos de pesquisa. O PAGF inclui cinco categorias: Iniciação Científica; Mestrado; Doutorado; Pesquisa Aplicada; e Sênior, que premia um pesquisador pela trajetória acadêmica e contribuições que consolidam o Jornalismo como área científica. 


O Rio Grande do Sul se fez presente em duas das categorias do Prêmio. O jornalista Moreno Osório, do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ciências da Comunicação da Unisinos, recebe a Menção Honrosa na categoria Doutorado. A tese dele, “O Ciberacontecimento breaking news: Uma proposta teórico-metodológica para a compreensão de notícias urgentes”, orientada pelo professor Ronaldo Henn,  procura compreender a dinâmica do noticiário em tempo real. 


Já o PPG em Comunicação e Informação da UFRGS foi representado pela egressa do Curso de Jornalismo, Carolina Cattaneo, Menção Honrosa na categoria Iniciação Científica. Com o objetivo de descobrir como os telejornais sensacionalistas retratam a mulher de baixa renda que sofre violência, e se esses sentidos as representam, ela produziu o Trabalho de Conclusão de Curso denominado “A violência contra a mulher no telejornalismo sensacionalista”.


O Mescla conversou com os pesquisadores para saber um pouco mais sobre esse processo. Carol começou o curso em 2013, na Feevale, mas, em 2015, se transferiu para a UFRGS, após passar em um extravestibular. Durante a graduação, ela trabalhou em diversas áreas e, atualmente, é repórter do G1 RS. A Carolina pesquisadora, segundo a orientadora Thaís Furtado, era muito aplicada e comprometida. “Ela teve uma ótima proposta de estudo e foi corajosa em ir fundo em temas tão relevantes como a violência contra a mulher e o discurso dos telejornais sensacionalistas”, completou. 


Já Osório dividiu a trajetória acadêmica em dois momentos. Da graduação ao mestrado, ele pesquisava o Cinema e no doutorado resolveu voltar os “olhos de pesquisador” para o Jornalismo. Moreno é, atualmente, professor na PUCRS, onde começou a trabalhar no fim da tese. 


O professor Ronaldo Henn coordena o Laboratório de Investigação do Ciberacontecimento (LIC) do PPGCOM da Unisinos, onde são pesquisadas as produções de acontecimento nas redes sociais digitais. “O projeto de Moreno, que tinha como tema principal um novo olhar para o que se conhece como Breaking News, estava em sintonia com as pesquisas desenvolvidas pelo LIC”, contou. Ainda para o professor, o processo de orientação foi muito rico, tornando a tese do Moreno uma contribuição importante para o LIC e para a linha de pesquisa. 


Já na capital, Thaís, que já foi professora da Unisinos e, atualmente, é coordenadora do Curso de Jornalismo na Fabico, nos contou que a pesquisa atual dela é sobre a relação das crianças e o Jornalismo, além de trabalhar com reportagem em sala de aula. “Acredito que meu conhecimento sobre reportagem pode ter ajudado”, relatou a professora que aprendeu junto com a orientanda no processo da pesquisa.


Ainda falando sobre esse processo, o TCC pode ser o primeiro contato do estudante com o universo da pesquisa e isso deixa muitos de cabelo em pé. Não foi o caso da Carol, que acredita que o trabalho de conclusão foi uma experiência enriquecedora. A temática escolhida chamava a atenção dela, já que todos os dias diversos casos de violência contra a mulher acabam sendo noticiados. Carol entrevistou um grupo que acolhe mulheres vítimas de violência na Ocupação Mirabal, em Porto Alegre. “Toda essa vivência foi importante para mim tanto no campo profissional quanto no pessoal”, finalizou. 


No âmbito do doutorado, Moreno também concorda que a pesquisa foi engrandecedora, ainda que difícil em alguns momentos. Ele contou que passou os primeiros dois anos e meio de doutorado fora do mercado de trabalho, focando seu tempo exclusivamente na pesquisa, e isso foi importante. “Ter criado essa base sólida pode ter culminado na Menção Honrosa”, afirmou.


Ambos pesquisadores ficaram sabendo da Menção Honrosa através dos orientadores. “Esse prêmio dá ânimo para continuar pesquisando em um contexto como o atual”, explicou Moreno. 


Para Thaís, o diferencial da pesquisa foi o respeito com o qual a Carol tratou as mulheres entrevistadas e a análise criteriosa do discurso delas.  Já para Ronaldo, a tese do Moreno trouxe importantes apropriações de conceitos para verificar as mudanças do breaking news ao longo do tempo. A premiação é um reconhecimento merecido do trabalho dos dois pesquisadores.

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