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FIC2018 difunde a Inteligência Artificial no cotidiano
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(Texto por Eduarda Bitencourt, Gabriela Stähler e Luiza Soares)

 

A Inteligência Artificial deixou de ser tema de ficção científica e se tornou parte da rotina diária de boa parte da população.  Em um cenário cada vez mais onipresente, é necessário debatê-la e compreender seus impactos no cotidiano. Foi por esse motivo, que o Festival de Interatividade e Comunicação (FIC) de 2018 dedicou dois dias ao assunto. 

Workshops e palestras ocorreram nos dias 29 e 30 de outubro na Unisinos campus Porto Alegre. O evento contou com representantes de grandes empresas tecnológicas como Google, IBM, SAP e Bradesco. O Portal Mescla esteve presente no primeiro dia de FIC e comenta os destaques: 

Robôs para aumentar a produtividade 

Uma das atrações do primeiro dia foi a palestra de Rogério Gonçalves de Souza, da Tinbot Robótica. Ele é Chief Innovation Officer na empresa e mostrou na ocasião o pequeno robô Tinbot, que encantou o público. Ele sabe responder perguntas, contar piadas e pode desempenhar diversos cargos diferentes, de acordo com o que aprende. 

Rogério, durante a fala, disse que na metade da última década foram criados mais dados do que nos 5 mil anos passados. É a partir dessas informações que robôs, como o Tinbot, aprendem a executar tarefas e melhorar a produtividade de empresas em todos os setores. A grande questão, no momento, é deixar as informações compreensíveis para as máquinas, afinal 80% dos dados existentes ainda não estão estruturados. 

IA diminui burocracia nos bancos 

Um robô que atende rapidamente os clientes em casos de urgência, realizando tarefas como mandar um guincho sem que o motorista precise falar com um atendente. A BIA (Bradesco Inteligência Artificial) também responde dúvidas e processa pedidos de empréstimos rapidamente, tudo pelo telefone celular e por comandos de voz. A tecnologia é uma parceria do banco com a IBM e surgiu em 2016. 

Quem apresentou a inovação no FIC foi o Líder de Projetos do Bradesco, Edilson Lima. Ele explicou que na época “ninguém do time sabia programar uma linha de código sequer”. Edilson também contou que, em sete meses, a “Bia” já sabia responder a quase todas as perguntas sobre os produtos do banco. 

A parceria com o Google Assistant surgiu em 2018 e, agora, a “BIA” não é acessada somente pelo aplicativo do Bradesco. Ao fazer uma busca por voz no mecanismo de pesquisa, já é possível acionar a tecnologia do banco para tirar dúvidas e fazer solicitações. 

Edilson Lima em sua fala no FIC2018. Foto: Giulia Godoy/Mescla

Os riscos causados pela Inteligência Artificial 

Vinicius Soares, fundador da “Mais A.I.”, empresa focada na Consultoria, Desenvolvimento e Capacitação ligada à Inteligência Artificial, apresentou os tipos de problemas que ocorrem dentro de um sistema A.I. e como eles podem ser classificados.  

Esses dispositivos tecnológicos que simulam o raciocínio humano apresentam seus erros divididos em situações antes ou após seu lançamento, influenciados pelo ambiente, por erro, forma intencional e independente. E esses problemas são classificados em Causas Externas ou Internas.  

As situações de causa externa apresentam exemplos como robôs assassinos ou treinados com dados inseguros, vírus, hacking de sistemas, manipulação mal-intencionada, erros relacionados ao seu sistema operacional. Já a Causa Interna acontece, segundo Vinicius, pela aquisição de recursos, superhuman intelligencesociopatia, aprendizagem a partir de dados errados ou pela tendência a decisões satisfatórias em detrimento da razão. 

O palestrante também mostrou exemplos de inteligências artificiais que passaram por algum dos tipos de erros do sistema. Como os “Slaughter Bots”, drones policiais que, ao reconhecer a face da pessoa que estavam procurando, acionam um explosivo em sua testa; o “Bot Tay”, uma A.I. desenvolvida pela Microsoft que, em menos de um dia atuando nas redes sociais, havia publicado mensagens homofóbicas, racistas e antifeministas.  

Em casos extremos, acidentes podem ser causados por falha mecânica de robôs com tecnologia de inteligência artificial. Vinicius relatou uma situação em que o carro autônomo do aplicativo Uber, resultou em um atropelamento de ciclista nos Estados Unidos. Mesmo com uma motorista para ficar monitorando o veículo, os sensores do carro não avistaram a bicicleta. 

Sergio Gama é desenvolvedor na IBM. Foto: Giulia Godoy/Mescla

Os assistentes pessoais da Google 

Para falar sobre a evolução tecnológica dos dispositivos eletrônicos, Marco Oliveira, funcionário do Google Assistant na geração de uso e engajamento do sistema, explicou como a voz é uma ferramenta importante na tecnologia atual. 

O Google Assistant é o aplicativo oficial da Google, ele permite que você transforme o seu smartphone em um assistente virtual. O dispositivo é comandado pelo reconhecimento da sua voz, e Marco explicou como essa tecnologia ajuda pessoas com deficiência nos movimentos do corpo. Com o Google Assistant, é possível ligar aparelhos sem a necessidade de controle remoto, apenas com o uso da fala. 

Para ajudar nas tarefas do dia a dia, Marco explicou que o aplicativo é útil em diferentes momentos da rotina pela sua capacidade de conhecer os gostos da pessoa que o utiliza. O reconhecimento do som, de intenção, o aprendizado de máquina e o processamento de linguagem natural são essenciais para o funcionamento do aparelho. A tecnologia está mais capaz de entender. 

Empregos reestruturados 

Diferente da ficção científica, na realidade, os robôs não são do mal. O primeiro dia de FIC veio para provar isso: os empregos não serão extintos, mas reformulados. Tarefas repetitivas são processos que serão assumidos pelas máquinas. A Inteligência Artificial entra no mercado de trabalho para realizar atividades que não demandam tanto julgamento ou criatividade. Com isso, os profissionais (de todas as áreas) ficam cada vez mais livres para inovar, planejar, adquirir novos conhecimentos e reduzir a carga de trabalho para aumentar a qualidade de vida. 

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