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Estudo revela que 86% da população é impactada pelo rádio
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Três em cada cinco brasileiros escutam rádio todos os dias. Apesar de antigo – ele surgiu no Brasil em setembro de 1922 –, a mídia sonora segue muito presente no cotidiano das pessoas, alcançado 86% da população brasileira. Os dados foram revelados pela Kantar Ibope Media no final do mês de setembro.

O estudo anual realizado entre os meses de abril e junho deste ano em 13 regiões do Brasil. A 5ª edição do Book de Rádio revelou ainda que os ouvintes consideram o meio confiável, ágil e compreensível. Coordenador de programação e apresentador da Unisinos FM, Rodrigo de Oliveira destaca que esse segmento tem o poder de se aproximar do ouvinte. “O rádio tem essas coisas que são bem do cotidiano e está presente em quase todos os locais, carros, celulares. Muita gente ainda tem o hábito de ligar ele pela manhã para verificar as questões de temperatura, trânsito e outras informações”, comenta Rodrigo.

A questão da proximidade com o ouvinte, segundo especialistas, é uma das causas que fazem o rádio ser considerado uma fonte confiável de informação. Muitas pessoas costumam utilizar o meio como companhia quando estão sozinhas. Desta forma, acabam criando vínculos de confiança com determinados programas ou locutores. Tanto as falas quanto o fenômeno da conversação são considerados ações humanas fundamentais. “Seja alguém letrado ou alguém analfabeto, todos podem ouvir”, afirma o professor de rádio da Unisinos Sérgio Endler. De acordo com o ele, a credibilidade das informações também pode ser relacionada com a qualidade do jornalismo praticado nos dias de hoje. Endler acredita que o radiojornalismo precisa crescer e melhorar, visando mais desenvolvimento. “Seja na ética, na tecnologia, logo, no atendimento qualificado das audiências”, opina.

As ondas sonoras atingem 90% da população da Grande Porto Alegre, segundo a Kantar Ibope Media. Os gaúchos ouvem cerca de 4h18min de rádio por dia e estão empatados em segundo lugar com a região metropolitana de Fortaleza. De acordo com o Book de Rádio, os mineiros são mais impactados com o rádio, que alcança 94% da área metropolitana de Belo Horizonte.

Arte: divulgação Kantar IBOPE Media

A pesquisa também apurou que o brasileiro dedica cerca de 4h40min por dia para ouvir rádio. O segmento também é popular entre o público jovem. De acordo com a pesquisa, o destaque está na faixa etária entre 20 e 24 anos. Desses, 89% escutaram rádio nos últimos 90 dias. Os serviços de streaming também cresceram de um ano para o outro. Com isso, ouvir música ou podcast por meio de aplicativos como o Spotify, por exemplo, está ficando cada vez mais comum. Em média, o ouvinte dedica 2h05min por semana nesse tipo de serviço.

Rádio web também apresenta crescimento

Assim como os serviços via streaming, o consumo das rádios web – que realizam suas transmissões via Internet – também cresceu. Hoje, o tempo médio diário que as pessoas dedicam a rádios online é de 2h21min. Houve um crescimento de 14 minutos em relação a 2017. Daniel Felix, sócio proprietário e locutor da Rádio Web Independente, de Porto Alegre, acredita que atualmente é mais fácil investir no segmento digital pelo fato das pessoas estarem o tempo todo conectadas. Para ele, as redes sociais são grandes aliadas das web rádios na divulgação de seus produtos. “Nosso foco na RWI está nas redes sociais, principalmente no Facebook, pois as pessoas estão conectadas ali o tempo todo. Os próprios consumidores acabam compartilhando as postagens, com a logomarca do anunciante ou as nossas transmissões de futebol. Enfim, o alcance é muito grande e o valor ainda é muito barato”, explica Daniel.

Apesar do crescimento apontado na pesquisa, ainda são poucos os segmentos web que realmente fazem rádio. Mesmo na Internet, quando se fala em rádio, a primeira ideia que vem à mente é alguém do outro lado interagindo com o ouvinte, seja passando uma informação ou atendendo os pedidos de músicas que chegam. Grande parte das rádios online trabalham com produtos em horários específicos. “Hoje, infelizmente, ninguém faz realmente rádio web. Elas vendem o produto (programa) como se tivessem uma rádio na Internet e o cliente vai lá e coloca o anúncio. Na verdade, provavelmente vai estar tocando uma música no automático, sem que tenha a menor interação com nada. Pelo menos eu não conheço nenhuma que tenha 24h ou 12h de programação ao vivo”, lamenta Daniel Felix.

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