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Luisa Dörr
""A fotografia te permite conviver com pessoas e entrar em lugares não entraria por conta própria""
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“Eu nunca fui uma fotógrafa que carregava câmera na bolsa, mas sempre tive um telefone no bolso”, e foi com essa ferramenta que Luisa Dörr ganhou destaque na carreira de fotógrafa. Em uma iniciativa ousada da revista americana Times, ela fotografou 46 mulheres apenas com o celular. As fotos viraram um projeto multimídia e 12 capas diferentes para o veículo. Mas, antes de chegar na Times, a jovem, natural de Lajeado, encontrou a fotografia em um dos acasos da vida.  

Luisa Dörr

Com 22 anos, ela estava infeliz com a faculdade de Design Gráfico e foi convidada a trabalhar no estúdio de foto da tia. Na época, retocava as imagens e não podia fazer fotos no estúdio. O amor pela fotografia nasceu e ela decidiu registrar os momentos com as amigas no final de semana. “Gostei muito das fotos e resolvi que queria estudar isso”, conta. Logo após, iniciou a graduação em Fotografia na Universidade Luterana do Brasil, em Canoas. 

Formada em 2012, trabalhou por algum tempo em um estúdio em São Paulo e, em 2014, virou freelancer. “Há quatro anos eu realmente comecei a viver das minhas fotos. Antes já vivia disso, mas não do ato de fotografar.” No mesmo ano, morou seis meses na Índia e lá deu aula de fotografia para crianças. Utilizando o Instagram como diário pessoal, Luisa percebeu que retratava diversas mulheres ao redor do mundo. Apaixonada pela topografia dos rostos femininos em suas fotos, criou a hashtag e projeto #womantopography. Ela resume a iniciativa em “mulheres de diferentes idades, de diferentes lugares, de diferentes raças, com diferentes paisagens atrás de si.” 

Foi em um de seus trabalhos independentes que Luisa conheceu Maysa Leite, uma menina que sonhava em ser Miss. Acompanhando a jovem desde 2014, Maysa também representa um dos grandes projetos de fotografia documental dela. Por suas lentes é possível observar as transformações, conquistas e empoderamento da jovem, hoje, com 15 anos. “Quando você quer ser fotógrafa, se torna mais empática. Maysa me ajudou a ser muito mais consciente sobre a realidade do meu país. A fotografia faz isso, permite conviver com pessoas e entrar em lugares que talvez não entraria por conta própria”, afirma.  

Luisa durante a produção das fotos da Times | Foto: Luisa Dörr/Reprodução

Através das imagens de Maysa, a editora da Time, Kira Pollack, encontrou o Instagram de Luisa. Após conhecer o projeto #womantopography, Kira a colocou à frente de um dos projetos multimídias mais ambiciosos da revista. Firsts retratou 46 mulheres que foram as primeiras em diversas atividades, desde concorrer à presidência ou ter 100 milhões de seguidores no Instagram. Todas as fotografias foram produzidas por Luisa com três versões do iPhone e luz natural. Hillary Clinton, Aretha Franklin e Oprah Wilson foram algumas das mulheres convidadas. “O que eu gosto desse projeto é que quando você vê o resultado, as fotos parecem mais reais. Quando uma foto é toda produzida se torna difícil reconhecer o ser humano por trás da imagem e se inspirar nele. Nesse caso, é o contrário que acontece”, explica.  

Luisa com as capas da Times produzidas pro ela. | Foto: Instagram/Luisa Dörr/Reprodução

A escolha do celular se deu pela estética desejada e, segundo Luisa, o aparelho permite mais adaptabilidade. “O que importa é o resultado final do produto e não a ferramenta que você escolheu para criar”, explica. Hoje, Luisa soma no currículo diversos veículos, trabalhando principalmente para publicações internacionais. Entre os nomes para os quais já trabalhou estão Vice, CNN, Vogue, El País e Weird New Yorker. Atualmente, ainda é freelancer e desenvolve projetos autorais de imersão em comunidades sub-representadas.   

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