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#feira do livro #literatura feminina #representatividade
#LeiaMulheres: porque precisamos dessa hashtag?
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Criado em 2014, o projeto #LeiaMulheres tem como objetivo debater sobre livros escritos por mulheres. Clarissa Xavier, Maurem Kayna e Helen Pinho, representantes do projeto, estavam presentes na Feira do Livro de Porto Alegre debatendo sobre representatividade feminina na literatura. O evento ocorreu na tarde de hoje na sala oeste do Santander Cultural.

Durante os encontros, as integrantes do grupo começaram a perceber que haviam poucos livros de mulheres publicados, e que os publicados acabavam sendo a maioria “romances água com açúcar”, enquanto os livros publicados por homens abordavam diferentes temáticas. “Precisamos bater na tecla de que as mulheres podem escrever (e escrevem) tão bem quanto os homens”, declarou Clarissa.

Além da pouca representatividade de mulheres escritoras, o grupo constatou que somente 29% das escritoras publicadas são negras, contra 68% de mulheres brancas. “Nós estamos vivendo duas lutas diferentes: representatividade feminina e representatividade de raça”, declarou Maurem.

Durante o bate-papo, uma estudante do 3º ano do Ensino Médio falou para as palestrantes que, de 12 leituras obrigatórias para o vestibular deste ano, somente 2 são femininas, e que isso deixou-a muito chateada. Elisete, professora de literatura e participante do grupo, ao ouvir a situação contada pela estudante, exclamou: “Cabe a nós mudar isso!”. Segundo a professora, a questão do #LeiaMulheres é cidadã, é uma questão que está reivindicando um espaço que já é nosso por direito. “Eu acho que os professores devem ter essa meta de trazer outra visão, de trazer essas mulheres para dentro da escola”, declarou.

Todo último sábado do mês ocorre um encontro do #LeiaMulheres na Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães, e todos estão convidados a participarem das reuniões. Dia 25 de novembro será o próximo encontro, onde abordará o livro de ficção científica “A mão esquerda da solidão”, de Ursula K Le Guin.

Para 2018 o grupo estabeleceu 4 metas principais: maior representatividade; 50% autoras negras ou mais; abordar escritoras brasileiras de outros estados; e multiplicar a iniciativa.

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