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Sirius e a revolução da Física no Brasil
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A palestra que encerrou o TEDxUnisinos 2017 foi sobre física, ministrada pelo professor doutor em Física Antônio José Roque da Silva. O objetivo da atividade era falar sobre o mais novo e surpreendente aparelho que está sendo construído no Brasil, e que promete revolucionar a ciência mundial: o Sirius, um acelerador de partículas de grande porte que será aberto para uma grande comunidade de pesquisadores. Eles produzem luz de amplo espectro (infravermelho, ultravioleta e raios X) e permitem o estudo da matéria em suas variadas formas.

A conversa iniciou com o físico explicando alguns conceitos. Ele usou como exemplo a diferença entre o grafite e o diamante, que embora sejam compostos pelo mesmo átomo, que é o carbono, possuem propriedades distintas, sendo assim dois produtos muito diferentes. Segundo Roque, apenas ser composto pelo mesmo átomo não diz o que o objeto é. “Não basta saber do que é composto o material, é importante também saber como eles são ligados no espaço e qual a estrutura que eles estão ocupando”, explicou.

José Antônio Roque da Silva no TEDxUnisinos. (Foto: Fernando Eifler)

Para responder a esses questionamentos são fundamentais para o entendimento da matéria, necessita-se de ferramentas, como usar uma lupa ao querer enxergar algo muito pequeno. O professor comentou que para enxergar esses objetos pequenos, os físicos  “jogam coisas” na matéria. “Esse algo pode ser variado, por exemplo, nós enxergamos outras pessoas em uma sala com luz, pois ela bate nessa pessoa e chega até os nossos olhos, com isso, jogamos a luz na pessoa para podermos visulizá-la”, exemplificou.

Na sequência, Roque deu uma passada pela história da física, falando sobre as grandes descobertas, como Raio X, descoberto pelo físico alemão Roentgen. Depois citou Rutherford, que descobriu que o átomo é composto por um núcleo e por elétrons. Para aprofundar o estudo, era necessário utilizar equipamentos que auxiliassem, para isso, foi ele propôs a construção de aceleradores de partículas, para que se pudesse estudar os materiais de forma mais eficaz e controlada.

De acordo com Roque, o uso de aceleradores foi tão importante que, a partir dos anos 1980, começou-se a ter a construção de aceleradores dedicados para extração de luz. “Hoje em dia existem muitos aceleradores ao redor mundo, focados em estudar cada vez mais mais a fundo a matéria”. completou.

Foto: Fernando Eifler

O Brasil foi pioneiro na construção desse tipo de equipamento no hemisfério sul. E é ainda o único no América do Sul. O professor conta que, nos anos 1980, quando começaram a construir o primeiro, não se tinha mão de obra, conhecimento e nem dinheiro. “Foi bem difícil, mas com perseverança, busca por conhecimento e muita luta, foi possível provar que o Brasil era capaz de ter um equipamento desse porte, afirmou.

Hoje, no Brasil, está sendo construído o Sirius, um dos mais sofisticados aceleradores de partículas do mundo, nele será possível fazer experimentos de forma muito mais rápida do que em aparelhos atuais. Para o doutor, isso trará melhorias significativas para a ciência mundial. “O Sirius permitirá que se faça experimentos que nunca foram feitos antes. Estamos construindo estações de trabalho para tomografia de células, que possibilitará enxergar a estrutura do DNA enrolado dentro do núcleo”, finalizou.

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