Olímpio Machado
"“Conhecer essas pessoas que mudam a vida das outras através da música é algo inigualável”"
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Foto de capa: Arquivo Pessoal

Apesar dos apenas 21 anos, Olímpio Machado, egresso do curso de Produção Fonográfica da Unisinos, teve nas suas primeiras décadas de vida algumas escolhas importantes. Ainda no segundo semestre do curso, teve que decidir entre ir para a Espanha para a Olimpíada do Conhecimento representando o Brasil com o Senai ou ficar e participar da produção do primeiro grande projeto musical de sua vida, no qual teria a oportunidade de conhecer grandes nomes do Rock.

Nascido e morador de Viamão até hoje, o egresso encontrou na música um dos seus refúgios e principais referências, o que acabou facilitando a escolha. “Eu tinha uns seis anos e meu pai colocou um vinil do Alemão Ronaldo para tocar, foi ali meu primeiro contato com o rock n’ roll”, relembrou. Dali em diante, a paixão pela música só aumentou. Na mesma época, Machado começou a escrever um caderno de composições. “Era criança, eram coisas do dia a dia. Sobre futebol, amigos, qualquer coisa”, disse.

Aos 10 anos começou a tocar violão, entrando de vez para a música. Na adolescência, foi guitarrista por três anos na banda Cult 44, criada com amigos, na qual chegou a gravar demos e tocar em casas de shows na Região Metropolitana. Entretanto, foi nos contatos com o estúdio que ele encontrou uma nova atração: a produção musical. “Descobri que era muito caro gravar e minha facilidade com eletrônica acabou me atraindo para a área”, explicou. Chegou a cursar Física Médica na PUC, mas não sabia que ali não era o seu lugar.

A facilidade com eletrônica o levou a ingressar no Senai, onde desenvolveu habilidades que o guiaram até as Olimpíadas do Conhecimento, na Espanha, em 2014. Porém, Machado na época recém havia ingressado no curso de Produção Fonográfica da Unisinos e os trabalhos na Tec Áudio, produtora de Porto Alegre, estavam iniciando. “Eram duas grandes oportunidades, mas resolvi sair do Senai e me dedicar apenas à Unisinos”, contou. A partir daí, o foco voltou-se totalmente à música.

“Meu primeiro trabalho foi logo o ‘Legends Rock’, onde conheci caras como Thedy Corrêa e Julio Reny”, lembrou, apontando a importância deles para a própria formação. Segundo o produtor, foram algumas músicas como auxiliar técnico e uma como co-produtor. “São pessoas que me influenciaram e ainda influenciam muita gente”, ressaltou.

Legends Rock Gaúcho foi o primeiro trabalho de Olímpio na Tec Audio. Foto: Thamyres Thomazini

A parte técnica da gravação foi o que mais o atraiu e o levou para o curso. “É dividido em produção, onde tu conhece o artista e suas influências, arranjo da música. Só depois que tu vai pro estúdio e vai gravando o baixo, a bateria, a voz. É tudo aos poucos”, explicou, ressaltando que há também trabalhos de pós-produção, como mixagem e masterização do conteúdo gravado.

Atualmente, Olímpio Machado trabalha no Tec Audio, estúdio que desempenha a função de auxiliar técnico desde o início da faculdade. Conheceu grandes nomes do Rock gaúcho como Humberto Gessinger, Duca Leindecker e o próprio professor e coordenador do curso Frank Jorge, tendo produzido para todos eles. “Conhecer essas pessoas que mudam a vida das outras através da música é algo inigualável”, acredita.

Na faculdade, há colegas que leva para a vida inteira. É o caso de Amilton Ritzel e Pedro Farina, que construíram trabalhos juntos na Compress Records, projeto desenvolvido pelos três egressos da Unisinos. “Nós já atuávamos juntos na Sigmund (estúdio do curso), mas queríamos um trabalho mais independente. Sem a supervisão dos professores”, disse. Foi aí que eles sentiram a necessidade de bater asas fora da universidade. “Fizemos um disco do Jê Cândido, de Soul Music. Tá no início, mas já foi importante. Trouxemos gente de fora para tocar também, como o próprio Frank Jorge”.

Os trabalhos em estúdio o proporcionaram a conhecer nomes conhecidos do rock gaúcho. Foto: Thamyres Thomazini

As lembranças em sala de aula sempre trazem Frank Jorge e os colegas à mente. Para Machado, o professor pilhava tudo. “Talvez eu nunca conhecesse o pessoal do estúdio. A Unisinos foi muito importante, quero entrar com um projeto de mestrado aqui”, finalizou.

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