#egresso #empreendedorismo #jogos digitais #programação
João Vitor de Souza
""
Avatar

(Texto: Dominique Nunes)

Quando adolescente, João Vitor de Souza conheceu o universo da programação de jogos digitais por meio de um curso técnico de informática. Natural de Porto Alegre, o jovem tinha 18 anos quando ingressou na Unisinos, em 2007.

Afinidade com a programação

Durante as aulas de informática João sentiu que tinha paixão por programação. “Eu programava jogos por diversão, no tempo livre. Então, o atual coordenador de Jogos Digitais, Fernando Marson, que na época era um dos professores no técnico, me indicou o curso de Jogos Digitais, porque a princípio eu havia escolhido fazer Ciências da Computação”, conta.

O programador considera seu primeiro semestre como uma adaptação à vida acadêmica, visto que, segundo ele, já estava acostumado e dominava grande parte dos conteúdos abordados nas primeiras disciplinas do curso devido à proximidade com programação. “Normalmente o que ocorre quando o aluno começa o curso de Jogos Digitais, ele pensa que vai mais jogar do que programar. Mas eu já estava consciente que eu estava lá para programar”, destaca.

Entrada no mercado de trabalho pela universidade

O primeiro estágio de João na área de jogos foi na Mura Studio quando estava no terceiro semestre do curso. A empresa segue no ramo de entretenimento digital e fica localizada na Unidade de Inovação e Tecnologia da Unisinos (UNITEC). “Lá eu aprendi a usar uma tecnologia que não aprendíamos no curso, com o Adobe Flash, usado para fazer jogos para internet. Foi nessa empresa que eu me achei no mercado de jogos, porque ele é bem grande”, lembra.

Depois de um ano e meio, o estudante foi trabalhar na Agência Digital W3haus por dois anos, onde teve uma experiência mais digital, na área da publicidade. De lá, o jovem teria companhia e incentivo para abrir a sua própria empresa.

Empreendedor digital

Após a formatura, em 2011/2, João decidiu abrir o próprio negócio, pois percebeu que nenhuma outra empresa realizava o tipo de trabalho que tinha ideia de fazer. Com dois anos e meio de vida,  a empresa de desenvolvimento de jogos Cupcake atende clientes como Click Jogos, Unisinos, Grendene, Kzuka e Universitário.

O desenvolvedor de jogos conta que na época abriu a empresa com mais três sócios, todos da W3haus. “A gente já trabalhava junto em projetos de jogos e queríamos desenvolver mais. Mas como o seguimento da empresa não é fazer jogos, então abrimos um negócio para tentar. Atualmente eu sou o único sócio da empresa”, explica.

João tem uma equipe de três profissionais que, assim como ele, fazem home office, ou seja, trabalham de casa. “Meu quarto foi reconfigurado para eu poder trabalhar direitinho. Meus funcionários também trabalham dessa maneira. Hoje seguimos essa cultura de cada um trabalhar em casa, o que dá bastante liberdade. Principalmente nós que estamos no meio criativo. Então acho isso importante para o pessoal trabalhar na hora que quiser porque o que vale é estar rendendo e cumprir a tarefa no final do dia”, destaca.

O profissional esclarece que atualmente a Cupcake está focada em desenvolver jogos próprios, sem atender a terceiros. “Foi com esse modelo de negócio que fomos escolhidos para sermos acelerados por uma incubadora do Chile, a Start Up Chile (programa de aceleração internacional). Em novembro me mudo para o Chile por seis meses para representar a Cupcake lá”, anuncia.

A Start Up Chile é uma organização conhecida mundialmente que abre de três a quatro vezes por ano processos de aplicação para selecionar empresas para acelerar. “Tu apresentas teu modelo de negócio e como tu queres mudar o mundo e eles escolhem as melhores ideias que vão de encontro com o mercado latino americano”, demonstra.

Em maio, João viajou para San Franciso, nos Estados Unidos, na região do Vale do Silício, para participar de um programa de pré-aceleração, onde a partir da experiência decidiu que o Start Up Chile era o melhor para a Cupcake. “Como aceitam qualquer tipo de empresa, no começo foi um problema porque ainda existe um preconceito bem grande com o seguimento de jogos. Nem todo mundo acredita que dá para ganhar dinheiro desenvolvendo jogos. Acham que é brincadeira”, ressalta.

PINGUE-PONGUE

Uma coisa inconfessável que fez na faculdade: Eu sempre preferi fazer sozinho os trabalhos, então era muito comum eu colocar o nome dos colegas. Às vezes os professores notavam, mas às vezes não.

Um professor inesquecível: Meu orientador do TCC Tiago Lopes e o professor Leandro Tonietto.

Uma vez matei aula para… ficar trabalhando. Matava quando sabia que não teria nada importante na aula.

Um amigo de infância que fiz na faculdade: Fiz um amigo no 1° semestre, trabalhamos juntos na Mura Studio e hoje ele trabalha comigo na Cupcke, é o Eduardo Selvero Neto.

Um livro marcante: The Lean Startup, de Eric Ries. Esse livro foi meu começo como empreendedor.

Um mico que paguei na faculdade: Não duvido que eu não tenha pago, mas não lembro de nada…

Meu lugar favorito na Unisinos: Meu curso era no antigo Centro 6, mas eu fazia todos meus intervalos no Centro 3 porque me sentia melhor lá.

Todo desenvolvedor de jogos… precisa estar sempre programando, aprimorando a habilidade. É mais importante programar do que jogar.

Todo desenvolvedor de jogos deveria… estudar o que ama.

Um profissional da área que foi minha referência: Tenho como referência pessoas da área do empreendedorismo, como Steve Jobs.

Mais recentes