#egresso #professor
Luciana S. Brentano
"“O professor deve ensinar os alunos a pensar. Ele não pode ser substituído por máquinas”"
Avatar

(Texto: Nicole Fritzen)

Luciana de Souza Brentano chegou sorridente à Unisinos, sua casa por mais de nove anos. Foi nessa universidade que ela se formou em 2005, e do local guarda boas memórias. “A experiência como aluna da Unisinos foi muito feliz. Tive o privilégio de contar com profissionais qualificados e com uma estrutura propícia e favorável”, comenta.

A escolha pelo curso de Letras se deu na infância, segundo ela. Desde pequena, ela simulava aulas e colocava os bichos de pelúcia como alunos. Mais tarde, na adolescência, se formou em Magistério e logo depois ingressou no curso de Pedagogia, onde ficou por apenas um semestre, até mudar definitivamente para o curso de Letras. “Fiquei na universidade por um longo período de tempo, mas foi importante, pois fui adquirindo experiência e pegando a prática. Amadureci muito”, aponta.

Na época, Luciana unia os estudos ao ensino de inglês, na Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH).  De acordo com ela, o fato de estudar e trabalhar na área foi fundamental para que ela se convencesse do caminho escolhido. “Tive o privilégio de colocar em prática tudo o que estava estudando, o que foi importante para ter uma noção sobre o que eu queria”, afirma.

Na formatura, em 2005. (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 29 anos, quando estava no último semestre de faculdade, ela teve que estudar à distância por conta de uma realização pessoal: estava esperando o primeiro filho, Augusto, que hoje tem 12 anos. “Fiquei bem aflita, pois achava que teria que interromper os estudos. Mas tive a sorte de contar com profissionais prestativos, que compreenderam minha situação e me passaram material para que eu pudesse ter aulas à distância”, relembra. Além de Augusto, ela também é mãe de Rafaella, de dois anos e meio.

Hoje, Luciana é supervisora pedagógica da Instituição e foi uma das responsáveis por implantar o currículo bilíngue na IENH. “Fizemos uma pesquisa no Vale dos Sinos  e também estudamos muito sobre quais seriam as tendências em educação. Como resultado, tivemos a procura por um currículo bilíngue (português e inglês), e resolvemos implantar na nossa instituição”, relata.

O currículo bilíngue da IENH  conta com dez períodos semanais de aulas de inglês para alunos do Ensino Fundamental e nove períodos para os alunos da Educação Infantil. Segundo Luciana, a oportunidade de aprender mais uma língua é fundamental para as crianças. “A educação bilíngue é um diferencial para a formação dos pequenos. Eles aprendem desde cedo a pensar em mais de uma língua”, coloca. Segundo a supervisora, a IENH tem aproximadamente 1200 alunos do nível infantil até o médio.

Com colegas de trabalho na Instituição Evangélica de Novo Hamburgo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Além da formação em Letras – Português/Inglês, Luciana também fez Pós-Graduação em Ensino e Aprendizagem de Línguas e Mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Além disso, ela participa do grupo de pesquisa em bilinguismo e cognição da UFRGS e do BRAZ-TESOL –SIG bilingualism, que estuda bilinguismo no Brasil e promove uma série de reuniões  que divulga o trabalho bilíngue no país.

Luciana lamenta a falta de espaço para o tema, principalmente nas escolas públicas, onde o ensino ainda é precário. “O ideal seria que todos pudessem ter acesso a um currículo bilíngue, mas infelizmente não é isso que acontece. Assim, a segunda opção é investir em um curso de línguas”, opina. “A carga horária das aulas em escolas públicas é muito baixa, o que dificulta o aprendizado e o aprofundamento das línguas estrangeiras. Até mesmo os professores têm essa consciência: o ensino de línguas nas escolas não é efetivo”, aponta.

Aos 41 anos, ela é uma admiradora da profissão: “Apesar das críticas, a presença do professor é essencial. Ele não pode ser substituído por máquinas, tem o dever de ensinar o aluno a pensar. Além disso, é importante que os profissionais estejam sempre pesquisando, buscando novos conhecimentos e que sejam criativos”, frisa.

Luciana com o marido e os dois filhos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Pingue-pongue

Um professor inesquecível:  Élvio Funk

Uma vez matei aula para… Estudar para uma prova de outra cadeira

Um amigo que fiz durante a faculdade: Aline Jaeger

Um livro marcante: Os Neurônios da Leitura, do Stanislas Dehaene

Um mico que paguei na faculdade: Entrar na sala errada no momento de uma apresentação

Meu lugar favorito na Unisinos: Fratello

Todo professor é… Sonhador

Todo professor deveria ser… Pesquisador

Um profissional na área que foi referência para mim: Ingrid Finger

Mais recentes